Pau d’Água ou Pau d’Alho ou Peregum ou Coqueiro de Vênus (ÈWÉ PÈRÈGÚN)
Orixás: Verde: Ogum e Ossain. Rajado: Oxumarê, Ossain e Logun.
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: maceradas, em banhos ou compressas para reumatismo.
PÈRÈGÚN- Nativo Orossi, Pau D’Água, Dracena ou Dracaena fragrans.
Uma das folhas mais antigas é o “Pèrègún”, que é utilizada na grande maioria dos rituais aos Òrìsás. Diz o mito: Pèrègún presenciou o crescimento da humanidade. Sempre há de nos trazer a sorte. Pèrègún segura nossa sorte, segura a sua presa no dia de caça e assim, alimenta os seus filhos.
Pèrègún nos protege de nossos opositores e faz com que nos harmonizemos com os nossos semelhantes.
Pèrègún fez pacto com “Aje” para a sua vinda à Àiyé ( Terra ou o mundo físico, paralelo ao orun ) Ifá dissera, quando Pèrègún o procurava pela sorte, se você quiser ter sorte, deverá ajudar a humanidade, fazendo um pacto com “Aje”, para poder sempre ter e poder emanar sorte, para quem lhe procurar por sua ajuda. Foi então, que Pèrègún tinha feito pacto com “Aje” antes de vir ao mundo, mas não tinha quem o pudesse levar para Àiyé. Novamente foi a Ifá, e este dissera: Pèrègún se você quiser realizar o seu trabalho em Àiyé procure por “Ògún”, pois ele sempre está indo para Àiyé. Pèrègún procurou por “Ògún”, mas ele só levaria Pèrègún, se ele dividisse a sua sorte com ele. Foi então que Pèrègún tinha aceitado, e por essa razão “Ògún” lhe dissera: “Vou dizer a toda humanidade, que Pèrègún emana a sorte, e quem com ele ficar será agraciado com a mesma”. Desde e Pèrègún então foi conhecido, e muito procurado por todos em Àiyé.
Orin – Èwé
“Pèrègún a lá we titun
Pèrègún a lá we titun o
Gbogbo Pèrègún a lá we lessé
Perègún a lá we titum”.
Pèrègún tem o corpo excitado
Pèrègún tem o corpo excitado
Rei não deixa ter problemas de coração
Pèrègún tem o corpo excitado
Pèrègún dá nova força
“PÈRÈGÚN NÍ Í PE IRÚNMOLÈ L’ÁT’ÒDE ÒRUN W’ÁYÉ”
“É Pèrègún que chama os espíritos do além para a terra”
“PÈRÈGÚN WÁ LO RÈÉ PE AJÉ TÈMI WÁ L’ÁT’ÒDE ÒRUN”
“Pèrègún, agora vá e chame minhas riquezas do além”
Pèrègún, cujo nome é a contração do verbo “PÈ”, que significa chamar, com a palavra “EGÚN”, que significa espírito, ancestral, etc. Percebe-se então que esta folha tem a finalidade de “chamar (invocar) espíritos”, e que a própria pronúncia de seu nome já funciona como um ofò!. A sabedoria daqueles nossos ancestrais yorubanos que a elaboraram fez esse trocadilho: se Pèrègún pode chamar espíritos, pode chamar a riqueza!
O Pèrègún é a folha que encaminha e protege o Iyawo , a folha nasce com o Orixá, participa da queima de efun e o acompanha até o dia do nome.
A n’sé irúnmolè a ewé àjè bi imolè (Das folhas do peregun nasceu uma mulher encantada que dá a essa folha, todo o poder da natureza)
A ewé kí a jé
(Nós saudamos suas folhas)
A wá ku rò yá wá lorí òkun
(Ela leva os espíritos da escuridão para outro lugar além do mar)
Pèrègún lá to ni o
(O Peregun tem um grande poder)
O Pèrègún é a folha principal do Àgbô de Ogun muito usada em ebós de descarrego, banhos, sacudimentos e limpeza nas Casas de candomblé.
Além de Ògún, o Pèrègún tem forte ligação com Òsún devido a sua ligação com ás águas, inclusive em Osogbô o Pérégún é plantado em torno do ojubó de Òsún. É uma folha gún ( de excitação) masculina ligada a terra. Serve para chamar a sorte “áwúre rí Ire” ou agradar as Iyamis “Iyónú Iyamí”.
Existe também o Pèrègún listrado, folha usada no àgbô de Oyá e Oxumare.
Oripepê ou Pimenta d’água (ÈWÉ AWÙRÉPÉPÉ)
(É uma das folhas do orô da “voz” do orixá)
Orixás: Exú (flores), Xango, Oxum e Oxalá (folhas)
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: folhas: escorbuto, anemia e dispepsia – extrato das flores: dores de dente – xarope das folhas: expectorante infantil.
Awùrépépé e uma folha muito importante dentro do culto aos orixás, o jambú. Nas casas de Candomblé Ketú recebe os nomes de awùrépépé, éurépepe ou ainda oripépe. Pela sua importância é tida como uma planta de oro, ou seja, de fundamento. Folha ligada aos mistérios da Deusa da Fertilidade, Oxum. Às vezes é confundida com o bánjókó (Acmella brasiliensis), erva também consagrada a Senhora dos Rios. Suas flores são consagradas a Exú, orixá da procriação, aquele que promove as uniões. O jambú costuma crescer em regiões úmidas, estando também, de certa forma, associado a Oxalá, o Senhor da Criação. Quando observamos esses três aspectos ligados a essa planta (Fertilidade/Procriação/Criação) conseguimos entender porque ela é tão importante no processo de iniciação de um iyawo. Oxum é o grande útero que povoa o mundo. Exú é aquele que faz o possível (e o impossível) para que esse útero seja fecundado, cabendo a Oxalá permitir que possamos ser criados no mundo espiritual (orun) e assumir o nosso papel no ayé (mundo dos vivos). Podemos dizer que essa folha carrega em si essa força, que permitirá o nascimento do iyawo dentro do culto aos orixás. O jambú é uma planta tipicamente brasileira, sendo conhecido por vários nomes dentro da cultura popular: abecedária, agrião-bravo, agrião-do-brasil, agrião-do-norte, agrião-do-pará, botão-de-ouro, erva-maluca, jabuaçú, jaburama, jambu-açú, jamaburana, mastruço, nhambu. Dentro do mundo científico são conhecidas diversas espécies que recebem a denominação de jambú, as principais são: Spilanthes acmella e Blainvillea acmella. Dentro da medicina popular costuma ser utilizada para diversos fins, como: antifúngico, anti-séptico, antibacteriano, anestésico, antigripal. É comum entre alguns povos da Amazônia a mastigação das folhas e flores do jambú para aliviar dores nos dentes.
É interessante notar que esse conhecimento, acumulado principalmente pelas populações tradicionais como ribeirinhos, grupos indígenas e quilombolas, vem sendo comprovado por diversos estudos científicos. Alguns desses estudos indicam a presença de alcaloides com propriedades inseticidas, podendo ser utilizados no combate do Aedes aegypti. Um dos principais compostos químicos presentes no jambú é o espilantol. Infelizmente para nós, brasileiros, essa substância (espilantol) já foi patenteada por Norte Americanos e Europeus. Com isso, se quisermos produzir e comercializar remédios e cosméticos a base do nosso jambú teremos que pedir permissão e pagar a esses países. Por exemplo, já existem laboratórios estrangeiros trabalhando na produção de cosméticos anti-rugas a base de espilantol. Esse produto seria aplicado na musculatura subcutânea do rosto, inibindo as contrações musculares de forma muito semelhante ao botox. Porém teria a vantagem de apresentar um grau de toxicidade menor. É realmente uma situação lastimável, principalmente se lembrarmos que o conhecimento para se chegar a esse cosmético provavelmente veio de nossas comunidades tradicionais.
Dentro da culinária da Amazônia e do Pará essa folha é muito apreciada, servindo como base para diversos pratos, como o pato no tucupi e o tacacá. Ambos são herança de nossos povos indígenas. O tucupi é um caldo retirado da raiz de mandioca brava, e que leva horas para ficar pronto, tempo necessário para que perca todo o ácido cianídrico, extremamente tóxico. Já o tacacá é um prato composto com o tucupi bem quente e misturado com farinha de tapioca, camarão e folhas de jambú. Quando se come essa iguaria é normal que a língua fique dormente e os lábios comecem a tremer, fato que justifica o outro nome dessa folha “treme treme”.
Outro fato interessante em relação a esse ewé é a sua utilização em pomadas para aumentar a libido feminina, servindo assim como estimulante sexual para mulheres. Essa ação se daria principalmente através do aumento da contração (peristaltismo) da região genital feminina. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Ceará constatou que a pomada de jambú utilizada em um grupo de homens e mulheres conseguiu aumentar significativamente o desejo sexual e a excitação feminina, assim como o desejo e a satisfação sexual masculina durante a atividade sexual. Mais um fato que comprova que nossos mais velhos sabiam muito bem o porquê da sua utilização.
Embora muitos considerem essa folha como eró (que apazigua) o awùrépépé também pode ser considerada uma folha gún (que acorda, desperta). Folha poderosa, que cantamos na Sassayin:
Ti éwerépepe Omi pére pe
Éwerépepe
Okò ni pere pe
Éwerépepe
Omi pére pe Éwerépepe
Ewerepepe
Água na dosagem certa
Aurepepe
Você não tem na dose certa
Eurepepe
Água na dose certa
Você não tem na dose certa
Ou ainda:
Awùrépépé pèlépèlé beó
Awùrépépé
Aurepepe sensatamente nos abençoe
E também:
Òsányìn Aláwo wa
Sawùrépépé orisá ewé
Òsányìn, Guardião de nosso culto
Suplicamos sua benção, orixá das folhas
oloje iku ike obarainan
Oxibatá (ÈWÉ ÒSÍBÀTÀ)
(É usada para conter e tranqüilizar sexualmente o iaô no roncó e para tirar mão de “Vumbi”)
Orixás: Oxalá e Iemonjá (branca), Oxum (amarelo), Oyá, Obá e Yewá (rosa), Nanã (lilás)
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: afrodisíaco, abortivo, disenterias, diarréias, moléstias da pele.
Uma das folhas preferidas de nossas Grandes e Veneradas Mães é a folha de òsíbàtá (oxibatá), também muito conhecida popularmente como ninfeia, folha de lótus, lírio d’água ou golfo d’água. Seu nome botânico é Nymphaea sp., que tem como origem a palavra em latim nympha (divindade feminina das águas, bosques e dos montes). Existem diversas espécies de ninfeias, sendo que a maioria é originária da África, Europa e Ásia, embora algumas até sejam encontradas no Brasil.
Suas flores podem possuir diversas tonalidades como o branco (N. alba), azul (N. caerulea), vermelho (N. rubra), e amarelo (N. luteum). A ninfeia azul é nativa do Nilo (Egito), e segundo relatos era uma das plantas consagradas a uma divindade muito antiga, conhecida como Nefertem ou Nefertum. A flor era muito apreciada pelos antigos egípcios, não apenas pelo seu odor inebriante como também por suas propriedades curativas. Segundo alguns mitos, Nefertem utilizou essa flor como oferenda ao deus do Sol, Ra, para que as dores do seu corpo envelhecido o deixassem.
Outra lenda relata que Isis, deusa da maternidade, fertilidade, protetora das crianças e também associada aos mortos foi quem ensinou aos homens a utilização de seus rizomas na alimentação.
Foram encontrados vestígios de grandes buques de ninfeia ofertados no túmulo de Ramsés II, que as cultivava em seu palácio, assim como Amenófis IV. Suas flores serviam como adorno nos festivais religiosos e também como oferendas aos deuses e os mortos, podendo também ser ofertadas como presentes a pessoas importantes ou como sinal de amizade.
Assim como as iyabás estão associadas ao elemento água as ninfeias são classificadas como plantas emersas, ou seja, parte de seu corpo fica enraizado no lodo e outra parte fica acima da água. Costumam ser encontradas em rios de águas calmas ou em lagos. Suas folhas são grandes, coriáceas, de coloração verde brilhante em cima e avermelhadas por baixo.
Suas flores surgem solitárias, apresentando ambos os órgãos sexuais (hermafroditas). Elas se abrem bem cedo e se fecham por volta do meio dia, realizando esse movimento por até três a quatro dias, quando se fecham (submergindo) e dão origem as sementes.
A planta possui propriedades calmantes, antiespasmódicas, sedativas e psicoativas devido provavelmente à presença de alcaloides como apomorfinas e a nuciferina, presentes principalmente na espécie caerulea. Doses de 5 a 10 gramas das flores podem alterar o grau de consciência, assim como a percepção visual. Uma de suas propriedades mais conhecidas, tanto pelos gregos como pelos egípcios era o seu poder anafrodisíaco, em especial a espécie alba.
Podia ser utilizada sobre os órgãos genitais em casos de compulsão sexual obsessiva e ninfomania. Segundo sugerem Pessoa de Barros & Napoleão (1999) a planta poderia possuir ainda propriedades abortivas.
No campo da aroma terapia a flor de lótus do Egito traria harmonia e expansão da consciência, purificando os chacras e promovendo um bem estar sistêmico.
No culto aos orixás costuma ser associado a todas as iyabás: Oxum, Iemanjá, Oyá, Obá, Nana e Ewá. Uma vez que é uma planta ligada a água também é consagrada a Oxalá (ninfeia branca), que é um Orixá úmido por natureza.
Uma observação interessante é que embora possua propriedades calmantes e sedativas não é considerada uma ewé eró e sim um ewé gun (Pessoa de Barros, 2011).
Seu nome em Yorubá (òsíbàtá) significa “não se submete”, nos lembrando que é uma planta de grande axé e que deve ser utilizada com cuidado. Por sua ligação estreita com a grande Mãe Oxum e também com Oxalá, é indispensável em determinados rituais, como o odu Èje. Esse momento marca o final do processo de iniciação e o início de uma caminhada independente.
Ti nu wa le no kre l’ewa
Ti nu wa le no kre l’ewa
Ti nu wa le no kre l’ewa
Ti nu wa le no kre l’ewa
Ofe ri, ofe ri, ibi aka
Kan g’ere le g’ere le ke odo
Osibata lu odo ke omi
Ti nu wa le no kre l’ewa
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Ofere, ofa e mi eja
Ofere, ofa e mi eja
Te te omi, Ojuoro, Osibata
Ofere, ofa e mi eja
Erva Tostão (ÈWÉ ÉTIPÓLÁ)
Orixás: Xangô e Oyá
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: raízes c/vinho: diurético e regularizador renal e hepático.
O QUE É?
Etìpọ́là, de origem brasileira, é uma planta rasteira que pode crescer até 70 centímetros, denominada comumente de erva tostão e de pega-pinto. Suas folhas têm formato arredondado, são verdades acinzentadas ou esbranquiçadas. Segundo Santos (2014, p. 150), “ewé etìpọ́là é chamada de pega-pinto porque suas folhas pequeninas fixam-se nas penugens dos pintinhos, quando estes se aproximam delas. Apesar de ser considerada uma erva daninha, é uma planta com importantes virtudes medicinais.
DADOS IMPORTANTES:
Nome em yorùbá: ewé etìpọ́là
Nomes populares: erva tostão, pega-pinto
Nome científico: Boerhaavia difussa L, Nyctaginaceae
Òrìsà(s) associados: Ọya, Ṣàngó
Elemento associado: fogo
Gênero: masculino
Significado sagrado: convite à reclusão, renascimento, purificação, prosperidade
ENCANTAMENTO (ORIN/ỌFỌ̀):
Ifà owó, ifà ọmọ
Ewé etìpọ́là wá fifa burù rú
TRADUÇÃO CONTEXTUAL:
Ifá é dinheiro, Ifá é filho.
A folha de etìpọ́là é abençoada por Ifá.
FUNÇÕES TERAPÊUTICAS:
Das raízes de etìpọ́là pode ser fabricado um vinho (garrafada) com importantes funções hepáticas e combate às afecções renais.
Carurú ou Bredo s/Espinho (ÈWÉ TÈTÈ)
Orixás: todos
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: escorbuto, cortes, feridas, males do fígado, afecções urinárias, cistite, retenção de urina. As flores ajudam a curar tosses rebeldes.
O QUE É?
Segundo Santos (2014, p. 147), tẹ̀tẹ̀, o bredo branco, sem espinhos, “também nomeada caruru, é uma planta rica em ferro, potássio, cálcio e vitaminas A, B1, B2 e C, por isso ela tem sido resgatada na culinária que aproveita suas folhas e talos para fazer refogados, molhos, tortas, pastéis e panquecas; com suas sementes são feitos pães ou elas são, simplesmente, comidas torradas”. Apesar de todas essas propriedades, bredo é considerada uma erva daninha haja vista nascer com muita facilidade.
DADOS IMPORTANTES:
Nome em yorùbá: ewé tẹ̀tẹ̀
Nomes populares: bredo, bredo-sem-espinhos, caruru
Nome científico: amaranthus viridis
Òrìsà(s) associado(s): Òsàlà e Ògún
Elemento associado: terra
Gênero: feminino
Significado sagrado: segurança, perseverança, otimismo, força, vitalidade, ânimo
ENCANTAMENTO (ORIN/ỌFỌ̀):
Tẹ̀tẹ̀ kọ má tẹ o
Dání ṣò ni lẹ̀
Tẹ̀tẹ̀ kọ má tẹ o
Dání ṣò ni lẹ̀
TRADUÇÃO CONTEXTUAL:
Bredo acorda sempre aquele que é indolente,
preguiçoso, sem ânimo.
Bredo dá segurança ao inseguro.
FUNÇÕES TERAPÊUTICAS:
Conforme a cultura de terreiro, o bredo/caruru é utilizado para combater infecções e também como auxiliar no tratamento de problemas relacionados com o fígado. Indica-se no combate às doenças relacionadas com os osso, dentes tendo em vista sua riqueza em cálcio.
Rama de Leite, Leite de galiha (ÈWÉ OGBÓ)
(É uma das folhas que “tiram a consciência” da iaô e facilitam o transe)
Orixás: Oxóssi, Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: epilepsia
Ọgbọ́ é uma planta de origem africana, trazida para o Brasil pelos nagôs. Atualmente, é possível encontrá-la disseminada em pequenas florestas, jardins públicos e também cultivada em terreiros de Candomblé para fins ritualísticos.
A folha ewé ọgbọ́ é utilizada na iniciação de todos os òrìsa(s), sem exceção. É uma folha poderosa na catalisação de boas energias. Ọgbọ́ é utilizada nos banhos (omi ẹ̀rọ̀ = água que acalma). Associada a outras plantas, não menos importantes, ọgbọ́ pode influenciar, sobremaneira, na consciência mediúnica dos noviciados do Candomblé.
Nas lições dos mais velhos, conta-se que ọgbọ́ foi a primeira folha liberada por Òsányìn para ser utilizada por Òṣóòsì nos seus ritos sagrados. Ewé ọgbọ́ é companheira de Ìrókò, é uma pequena trepadeira que vive abraçada ao tronco da grande árvore.
Ìrókò foi a primeira árvore plantada e ọgbọ́ a primeira folha a ser usada por permissão de Òsányìn, assim sendo, ewé Ìrókò e ewé ọgbọ́ são as duas primeiras folhas cantadas em todos os rituais, salvo as exceções consignadas nos dogmas de cada ẹ̀gbẹ (sociedade, grupo ou família).
Nome em yorùbá: ewé ọgbọ́
Nomes populares: rama-de-leite, cipó-de-leite, folha-de-leite, orelha-de-macaco.
Nome científico: periploca nigrescens afzel asclepiadaceae, parquetina nigrescens afzel bullock.
Òrìsà(s) associados: Òṣóòsì, Òsányìn, Ìyámí
Elemento associado: terra
Gênero: masculino
Significado sagrado: fazer ouvir
Em tempo: A folha de ọgbọ́ está intimamente liga aos rituais das mães ancestrais, mas sobre isso, falaremos, em outra oportunidade, quando falaremos das nossas ìyá-èlèyé.
Ọgbọ́ kíní kíní olè
Ọgbọ́ kíní kíní mo ọyọ́
Ọgbó báru fàru làbà
Bàbá báru fàru awo
Ọgbọ́ cuidadosamente sobre a casa.
Ọgbọ́ cuidadosamente sobre a cidade de Oyó.
Ọgbọ́ conduz a carga revivendo a disputa
Pai que conduz e revive o mistério.
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Òrìṣà e rè ewé re
Ewè ọgbọ́ ta ewè ṣè
Ewè ọgbọ́ ta ewa ò
Ewè ọgbọ́ ta ewè ṣè
O Orixá se alimenta, a folha cai.
Ọgbọ́ se esparrama, a folha agi.
Ọgbọ́ se esparrama, graciosamente.
Ọgbọ́ se esparrama, a folha agi.
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Ewé ogbó Iroko
Ewé gbogbo orisá
Ewé ogbó Iroko
Babá Ewé gbogbo orisá
A folha de ọgbọ́ abraça o Ìrókò.
Ọgbọ́ é folha de todos os orixás.
Folha que se enrosca no Ìrókò,
Pai, ọgbọ́ é folha de todos os orixás.
Funções fitoterápicas:
Em conformidade com Verger (1995), na cultura iorubana, ọgbọ́ possui princípios fitoterápicos capazes de curar a diabetes; no entanto, não encontramos nenhuma outra literatura médica que mostrasse resultados de pesquisas que comprovassem as funções indicadas em Verger.
Saião ou Folha da Costa (ÈWÉ ÒDÚNDÚN)
Orixás: Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: doenças pulmonares, alivia dores e inchaços, cicatrizante, úlceras e distúrbios estomacais.
Conhecida popularmente por Folha da Costa, saião, folha ou erva grossa. De origem brasileira, esta folha é encontrada em várias lugares de clima tropical e até aclimatada em outros países.
Tanto no Brasil como na África, esta planta é dedicada a todos os Orixás ligados a mito da criação, conhecidos como òrìsà-funfun, e por extensão, é utilizada para os demais Orixás.
Nos candomblés brasileiros é usada nos rituais de iniciação e obrigações em geral, ligada aos banhos de àgbo, as oferendas de Eborí, nos sacrifícios de animais cobrindo os olhos dos animais para não ver Ikú, etc.
Òdúndún, é a folha que acalma, esfria o Ori, saudada no ritual de sasányìn, é a principal folha dos filhos de Oxalá. Folha que participa juntamente com outras folhas, do orô da lavagem das vistas e dos búzios dos sacerdotes confirmados por Orunmilá na obrigação de sete anos com direito a utilizarem o Merindilogun.
Verger, dá a fórmula de um “omieró” onde constam várias folhas, entre elas òdúndún, utilizados por babalawos africanos para lavarem os olhos antes de abrirem o Igbádú. Verger ainda cita que em Ilésin de Ideta-Ilê, no culto a Obàtálá e Yemowo, este vegetal é utilizado, em conjunto com outros para lavar objetos rituais após os sacrifícios, é conhecido ainda pelo nome de elétí.
Nome científico:
kalanchoe brasiliensis Camb., Crassulaceae
Sinonímia: Kalanchoe crenata (Andr.) Haw
Elementos: Água/feminino
Orixá: Oxalá, Xangô, Orunmilá/Ifá, Yemanjá.
Ewé Òdúndún
Òdúndún Bàbá t’èrò re
Òdúndún Bàbá t’èrò re
Bàbá t’èro lé
Monlé t’ero re
Òdúndún Bàbá t’ero re
Tradução:
Odundun Pai espalhe sua calma
Odundun Pai espalhe sua calma
Grande espírito, espalhe sua calma
Odundun Pai, espalhe sua calma
A característica principal dessa folha que a distingue de uma outra qualidade de Fortuna é o surgimento de muitos brotos nas bordas das folhas, fato associado à prosperidade, no àgbo de Xangô e lavagem dos seus objetos pessoais:
Uma característica dessa planta é o surgimento de muitos brotos nas bordas das folhas, fato associado à prosperidade;
Nativa das regiões tropicais asiáticas. foi introduzida a muito tempo na América tropical, ocorrendo em todo território nacional.
Em Ilê Ifé, terra de Ifá, em território Yorubá no sudeste africano, nas cerimônias a Obatalá e Yemowo, após os sacrifícios, as imagens desses Orixás são lavadas com uma mistura de folhas, sendo uma delas o àbámodá, que também é conhecida pelos nomes de erú òdúndùn, kantíkantí e kóropòn. Àbámodá, segundo Dalziel, em dialeto Yorubá significa “o que você deseja, você faz”; todavia, quando chamada de erú òdúndùn (escravo de òdúndùn) é considerada como folha subordinada e afim, que pode eventualmente substituir o òdúndùn (kalanchoe crenata), segundo a cosmo visão Jêje/Nagô.
As características desse folha é o tipo serra, chamada popularmente de falsa-serralha, serralha-mirim, Pincel, que popularmente é conhecida e muito confundida com Òdúndún e Abámodá.
Em alguns candomblés utilizam normalmente dessa folha nos àgbos e banhos em geral. Alguns estudiosos garante que são espécies muito parecidas confundindo até um bom conhecedor de folhas, todo cuidado é pouco porque existem muitas espécies conhecidas como saião, folha da costa, odundun.
Teremos então:
1- Òdúndún- folha principal de Obatalá e que serve para todos os Orixás
2- Àbamodá – folha principal de Xangô
3- Òdundún Odò – folha de Exú e para banhos limpeza
Batata Doce (ÈWÉ KÚKÚNDÙNKÚ ou ÈWÉ ORÍ)
Orixás: Oxumarê
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: folhas: emolientes. Cozidas servem para tumores e inflamações na boca e na garganta usadas em gargarejo – tubérculo (raiz): alimentação.
Kúkúndùnkú baba tete nun
Kúkúndùnkú baba tete nun
Male tete nun, male tete nun
Kúkúndùnkú baba tete nun
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Efun gbale e ko’juman o
Efun gbale e ko’juman
kunkunndunkun ori lewe
Efun gbale e ko’juman
Erva Capitão (ÈWÉ ABÈBÈ ÒSUN)
Orixás: Oxum
Elementos: água, feminino/èrò
Terapêutica: com as raízes – afecções do baço, fígado, intestinos, diarréias, reumatismo e sífilis. Com toda a planta, em uso externo – elimina sardas e manchas de pele (emplastros). Das folhas c/leite, faz-se um calmante leve e tônico cerebral.
Folha muito apreciada pela Senhora das Águas, Òsún. Erva de muito asé e que traz muita prosperidade. Sua aparência lembra o abebe de Òsún (e também Iyemonjá) sempre traz consigo, e que utiliza tanto para se admirar, como para se proteger dos seus inimigos. Outros nomes que recebe são erva-tostão e folha-de-dez-réis, sugerindo que suas folhas lembram moedas, dinheiro.
É interessante observarmos que essa denominação vai de encontro a sua utilização nas casas de candomblé, que a utilizam para atrair a prosperidade dessa iyagbá, que ama o ouro. Ainda chamamos o abebê de acariçoba, lodagem, erva-capitão e em Portugal é conhecida como chupa-chupas (pirulitos). (leque ritual) que O nome grego Hydrocotyle refere-se à afinidade de muitas destas plantas pela água (Hydro significa água) e ao formato das folhas (kotyle= significa pequena xícara). Existem diversas espécies pertencentes a gênero Hydrocotyle, entretanto podemos destacar duas: a H. vulgaris, que gosta de lugares alagados e possui folhas na posição horizontal (viradas para cima) e a H. bonariensis, que vive em solo arenoso perto da praia com folhas que ficam na vertical (em pé). Segundo os antigos, o abebê utilizado para Òsún seria aquele que nasce na beira d’água, enquanto aquele que nasce em locais secos seria atribuído ao orixá Sango, sendo inclusive uma de suas maiores folhas de fundamento.
A Hydrocotyle bonariensis é uma espécie pioneira, típica de restingas litorâneas, formada por um caule comprido, rastejante, que se subdivide várias vezes e que, a intervalos irregulares, vai lançando hastes verticais, ora com folhas ora com flores. Como o caule está soterrado na areia, só as folhas e inflorescências ficam visíveis. Na praia da Barra da Tijuca essa espécie é vista em abundância vegetando próxima dos quiosques. Na fitoterapia costuma-se fazer uma espécie de creme com as folhas para aplicar na pele, com o intuito de acabar com manchas e sardas.
A ingestão das folhas é contra-indicado, devido às mesmas serem consideradas tóxicas, entretanto suas raízes costumam ser utilizadas em decoctos, tida como diurética e desobstruente do fígado, porém é emética (provoca vômito) em doses fortes. Sua função diurética também faz com que seja utilizada no tratamento de hipertensão arterial. Seu uso durante a gestação deve ser evitado.
Pessoa de Barros e Eduardo Napoleão em sua obra Ewé Òrìsà (1999) citam que suas folhas teriam ação calmante e tonificante cerebral, quando ingeridas com leite. Por isso cantamos para essa folha, que dá poder para quem canta:
Ábèbè ni gbo wa
Ábèbè ni n’bó
Ewe ábèbè Ábèbè ni gbo wa Ábèbè ni n’bó
Ewe ábèbè
Tradução livre
É a folha de Abebe que iremos ouvir
Folha que cultuamos sobre a ení
Folha do Abebe
Gameleira Branca ou Irôco (ÈWÉ ÌRÓKÒ)
Orixás: Iroko/Tempo, Xangô e Oxalá
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: sumo dos galhos: expulsa lombrigas, é depurativo, contra sífilis e reumatismo.
O Ìrókò é uma árvore tipicamente africana que, por sua vez, representa, em si, o òrìsà do mesmo nome: Ìrókò. Segundo Mãe Stella de Òsóòsì, “o culto ao òrìsà-árvore Ìrókò é cercado de muitos mistérios, principalmente, porque a árvore que representa o òrìsà do mesmo nome serve de morada não só para as Ìyámi (que permanecem nela por muito tempo, por seus frutos não As agradam), como também para os espíritos dos iniciados denominados àbiku”.
O Ìrókò é uma árvore sagrada, é uma das principais folhas dos rituais relacionados às ewé. Ìrókò é um òrìsà cujo poder encanta a todos. Sua energia constitui uma das principais pilastras que sustentam o poder de uma casa de Candomblé. Alaràgbó Músò mora na árvore de Ìrókò e é dele o segredo para fazer àbiku ficar por mais tempo na terra. Ìrókò é òrìsà ancestral, sua representação aqui na terra, a árvore de Ìrókò, pode viver 2 ou mais centenas de anos e representa a longevidade, a durabilidade e a não perenidade das coisas. (SANTOS, 2014).
A expressão ìrókò é o nome de um òrìsà muito antigo e é também o nome da árvore onde vive esse òrìsà. Há itáns que contam que Ìrókò foi a primeira árvore a nascer na Terra, foi por ela que todos os òrìsà(s) desceram do òrun (céu) ao àiyé (terra).
No Brasil, a árvore de Ìrókò foi substituída pela gameleira branca, árvore de grande porte também conhecida como cerejeira e figueira. A gameleira tem muitos outros nomes a depender da região do Brasil. Como o nosso objetivo não é fazer um tratado de botânica, mas pôr em resumo alguns ensinamentos sobre a ewé Ìrókò, ater-nos-emos ao que se segue:
Nome em yorùbá: ewé ìrókò
Nomes populares: cerejeira, figueira, gameleira-de-purga, gameleira-de-cansaço,
Nome científico: fícus gomelleira.
Òrìsà(s) associado(s): Ìrókò, Ṣàngò,
Elemento associado: fogo
Gênero: masculino
Significado sagrado: ancestralidade, longevidade
Algumas cantigas (orin):
Erọ́ Ìrókò iso.
Erọ́ Ìrókò iso.
Salve Ìrókò para que fixe a espiritualidade.
Salve Ìrókò para que fixe a espiritualidade.
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Erọ́ Ìrókò iso.
Erọ́ Ìrókò silẹ̀.
Salve Ìrókò para que fixe a espiritualidade.
Salve o ancestral que nos une e nos fixa.
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Ilu aje iki Iroko
Ki l’ose mo beere
Ilu aje iki Iroko baba
Ki l’ose mo beere
Funções fitoterápicas:
No senso comum, o leite da gameleira é utilizado para a cura de lombrigas, da hidropisia fetal, de feridas, cravos e bouba.
Folha de Fortuna (ÈWÉ ÀBÁMODÁ)
Orixás: Exú, Oxalá, Xangô e orixás fun fun.
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: refrigerante, diurética e sedativa. Combate cefaléias, nevralgias, dor de dente, coqueluche e afecções das vias respiratórias. Eficiente contra as doenças de pele, feridas purulentas, furúnculos, úlceras e dermatoses.
Nativa das regiões tropicais asiáticas, foi introduzida há muito na América tropical, ocorrendo em todo o território nacional.
Em Ilê-Ifé, terra de Ifá, em território yorubá no sudeste africano, nas cerimônias para Obatalá e Yemowo, após os sacrifícios, as imagens desses Orixás são lavadas com uma mistura de folhas, sendo uma delas o àbamodá (Verger1981.255), que também é conhecida pelos nomes yorubás erú òdúndún, kantí-kantí e kóropòn.(Verger1995.641)
Ábámodá, segundo Dalziel (1948:28), em dialeto yorubá significa "o que você deseja, você faz"; todavia, quando chamada de erú òdúndún (escravo de odundun), é considerada como folha subordinada e afim, que pode eventualmente substituir o òdúndún (Kalanchoe crenata (Andr.) Haw), segundo a cosmovisão jêje-nagô.
No Brasil, "alguns zeladores de santo consideram que a folha-da-fortuna pertence a Xangô"; todavia, uma grande maioria faz uso desse vegetal para diversos outros Orixás, confirmando, desse modo, a tradição africana de que ela pertença aos orixás-funfun (originais), pois, quando um vegetal é usado para vários Orixás é porque, com raras exceções, normalmente ele está ligado a Ifá ou Oxalá.
Uma característica dessa planta, é o surgimento de muitos brotos nas bordas das folhas, fato associado à prosperidade; por isso sua utilização é freqüente nos rituais de iniciação, àgbo, banhos purificatórios, sacralização dos objetos rituais dos orixás, "lavagem dos búzios e das vistas e para assentar Exu de mercado".
No campo medicinal, a folha-da-fortuna funciona como refrigerante, diurética e sedativa. Combate encefalias, nevralgias, dores de dente, coqueluche e afecções das vias respiratórias. É, ainda, utilizada externamente contra doenças de pele, feridas, furúnculos, úlceras e dermatoses em geral.
Àbámodá àbá mi kò se àìse
Àbá alágemo bá dá,
L’òrìsà Okè ngbà
Mo dá àbá owo
Tradução:
Àbámodá minha aspiração é de ser perfeito
Òrìsà Okè aceite as aspirações do camaleão
Eu desejo dinheiro
Orixás: Omolú/Obaluaê (branca), Nanã (branca, rosa e lilás) e Oyá (rosa)
Elementos: terra/feminina/gùn
Terapêutica: a branca é usada no combate ao diabetes, afecções renais e elefantíase.
De origem discutível, pois alguns autores afirmam serem nativas da Ásia e da África Tropical; Todavia, uma grande maioria cita as Bauínias como plantas originárias da América do Sul. As três espécies citadas ocorrem regularmente em todo o território nacional.
Embora não seja uma planta muito freqüente na liturgia dos vegetais, a pata-de-vaca é usada no Àgbo e banhos para os filhos de Omolu (branca) e a de Oiá (púrpura), em algumas casas de santo.
A Bauhínia perpurea, que possui rosas escuras ou púrpura, segundo alguns usuários, não são indicadas para combater a glicosúrea; todavia, tem aplicação litúrgica.
Como fitofármaco, tanto a B. forticata (flores brancas e pétalas finas) quanto a B. candicans (flores brancas de pétalas largas) são amplamente conhecidas não só nos terreiros, como também pela população geral, pois as duas são morfológicamente muito semelhantes, sendo usadas para combater a diabetes.
Em outras indicações, sempre sob a forma de chá, ou de decocção, as folhas dessas leguminosas são usadas internamente contra infecções renais, incontinência urinária e poliúria, e, externamente, no combate a elefantíase.
T’ilekun mó o k’ó má le jade
Ìpanumó abàfé ba mi
T’ilëkun mó otá mi gbonyingbonyin
Tradução:
Fechar a porta permite à folha abàfé não se revelar Abàfé nos permita fechar a porta firmemente ao meu inimigo.
Acocô (ÈWÉ AKÓKO)
Orixás: Ossain, Ogum, Oxóssi
Elementos: terra/masculino/ èrò
Nome Yorùbá = Ewé Akòko.
Nome Popular = Acocô.
Nome Científico = Newbouldia laevis
A folha da maioridade.
A Primeira-folha.
A folha do reconhecimento.
Uma das mais influentes e consagradas folhas do povo de candomblé.
Ligada principalmente ao grande Orisá Olonan, Ogún. Está ligada à prosperidade (owo e omon) e ao final do ciclo de iniciação, quando uma nova etapa na vida do iniciado se inicia.
Salve o novo Rei! Árvore forte e imponente, esse é o akoko.
“Ejowo kini itumo ti won ba fi ewe akoko paroko ranse si eniyan”
Considerações: Origem África, considerada árvore abundante, provedora de propriedade, assim diz as explicações no livro Ewé Orisa de José Flavio Pessoa de Barros, Atribuída ao Orisa Ossanyin e Ogun, esta árvore na África acomoda em suas sombras assentamentos do Orisa Ogun onde seu culto é extenso, na cidade de Iré.
Também usada no culto aos Ancestrais goza de muito prestigio em nossa Religião.
SAGRADA: Tambem conhecida como uma Árvore de Osoosi...
O Akòko é uma das folhas preferidas, sendo que costuma ser associada sempre a prosperidade, tanto de dinheiro (owo) como de filhos (omo).
Essa árvore não é uma espécie nativa do Brasil, sendo introduzida aqui pelos africanos, onde se adaptou perfeitamente.
Entre os iorubas, é considerada um sinal de prosperidade, pois seus troncos eram muito empregados nas feiras, locais onde o comércio era intenso.
Era comum que, após serem utilizadas como estacas seus troncos brotassem, gerando novas árvores.
Dentro das casas de Candomblé Ketu costuma estar associada principalmente a Ogun e Ossayin, embora na verdade costume ser empregada para todos os orixás.
Já no culto Egúngun, o akòko desempenha um papel fundamental na união dos seres do Ayé (mundo dos vivos) e Orun (mundo dos espíritos). Seu tronco, que geralmente não é muito ramificado, lembra um grande opó ixé, que ligaria o Céu a Terra.
Nesse caso, sua principal relação se dá com a iyagbá Oyá, Senhora dos Ventos e dos eguns, que recebe o título de Alakòko, Senhora do Akòko. Constatamos assim dois aspectos importantes dessa árvore: sua ligação com a ancestralidade e com o elemento ar.
Entre os Jeje, recebe o nome de Ahoho (pelos Mahí) e Hunmatin (pelos Mina). O ahoho é um huntingomé/jassú (árvore sagrada) consagrado ao vodún Gun (Togbo) que costuma tê-la como seu principal atín sa.
Segundo a tradição Mahí os galhos do Ahoho devem ser levados junto ao corpo, em viagens longas, ou que ofereçam algum tipo de risco.
Durante a execução de obrigações difíceis também. Essa medida teria como finalidade atrair a proteção de Togbô, que é um guerreiro terrível e que sempre luta pelos seus filhos.
Dizem os antigos que esse ewé está ligado ao final do ciclo da iniciação, quando uma nova etapa na vida do iniciado começará.
Por isso é uma folha muito empregada durante cerimônias de festejo dos sete anos (Odu Ige) de iniciado, principalmente quando ocorre entrega de oye (cargo).
Segundo alguns, nenhum rei é considerado rei se não tiver levado no seu ori a folha do akòko.
Quem quiser plantar o akóko não precisa de muito espaço, pois o seu tronco não é muito grosso, porém o seu porte é majestoso, fica bem alta.
Suas flores também são bem bonitas, lembram bastante a de um ipê rosa, pois pertence a mesma família botânica (Bignoniaceae).
Só cuidado, pois eu já vi gente vendendo akosí (Polyscias guilfoylei) como se fosse akòko.
Salve o novo Rei! Árvore forte e imponente, esse é o akoko.
Ewé ófé gbogbo akoko
Ewé ofé gbogbo akoko
Awá li li awá oro
Ewé ofé gbogbo akoko
Akoko,é a folha de todas as pessoas inteligentes
Akoko é a folhas de todas as pessoas inteligentes
Nós temos , nós somos, riquezas e saúde
Akoko é a folha de todas as pessoas inteligentes
Ewé Akòko é uma folha masculina, de gún (excitação), ligada ao elemento terra. Sua origem é africana, mas é uma árvore que muito vem sendo disseminada no Brasil, principalmente pelos africanos.
É uma folha de prosperidade e multiplicação. De grande importância na liturgia dos Cultos Indígenas Africanos (Iorubá, Fom e Bantu).
É uma árvore abundante em terras africanas.
Na Nigéria, os Iorubás consideram-na uma arvore de prosperidade (dinheiro = Owó) e multiplicação (filhos = Omo).
Os troncos desta árvore eram e são muito utilizados pelos Iorubás em feiras/mercados (lugar que gera o movimento de dinheiro), em forma de estacas e o comum é que os mesmos brotem, gerando outras arvores, por isso está associada à multiplicação (filhos) e a prosperidade (feira/dinheiro).
Está associada aos Òrìsà Èsù, Ògún, Òsanyìn, Egúngún e Oya.
Suas folhas representam o reconhecimento e a realeza. Pequenos galhos desta árvore são utilizados em cerimônias reais e de recebimento de títulos honoríficos na sociedade Iorubá.
Os Iorubás falam: “Nenhum Rei (Oba) é considerado Rei, se em sua cabeça (Orí) não tiver levado Akòko”.
Em Iré, Cidade do Estado de Ògún, na Nigéria, onde o Culto ao Òrìsà Ògún é de grande força, o Ojúbo (elementos de culto) desta Divindade encontra-se sob a copa desta árvore, que muitas vezes é ornada com pano branco.
Entre os Jèjí, o Akòko é conhecido como Ahoho pelos Mahi e Hunmatin pelos Mina. É uma Huntingome/Jassu (Árvore Sagrada) e é o principal Atin-sa do Vòdún Gún.
Os Mahi acreditam que galhos desta árvore devem ser levados junto ao corpo por pessoas que vão fazer viagens longas ou que ofereçam algum tipo de risco, o mesmo gera grande proteção aos que a possuem junto ao seu corpo.
Isso se dá proveniente a regência de Gún nesta folha.
No Brasil, as Casas de Candomblé utilizam o Akòko em rituais de iniciação (Igbèrè), em obrigações de sete anos (Odún méjè Igbèrè) e na composição de banhos sacros (Àgbo),
Nomes Populares: Espada-de-Santa-Bárbara, Cordoban, Moisés-no-berço, abacaxi-roxo.
Nomes científicos: Tradescantia spathacea Sw. commelinaceae; Rhoeo discolor (L'Hérit.) Hance.; Rhoeo spathaceae (Sw.) Stearn.; Tradescantia discolor L'Hérit.
Orixá: Oiá
Elementos; Água/masculino.
Nativa do México, encontrada em toda América tropical, cultivada ou espontânea em matas sombreadas.
Folha utilizada no ritual de iniciação dos filhos de Oiá, no àgbo, em banhos purificatórios e sacudimentos. Conhecida também pelo nome nagô OBÉ SEMI OYÁ, nos candomblés do Rio de Janeiro.
Os cubanos atribuem essa planta a xangô, Iemanjá e Ogum, e dão-lhe os nomes lucumis peregún, tupa ou diéla (Cabrera 1992:410)
Hoehne (1925:68), a respeito desta planta,diz: "Rhoeo discolor, o afamado 'Cordoban" da América Central, a planta mais útil para combater as tosses." Todavia, na medicina rural, esta planta combate também diversos males das vias respiratórias.
Nicurizeiro ou Baunilha de Nicuri (ÈWÉ ÀBÀRÁ ÒKÉ)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: abalos do sistema nervoso, histeria, hipocondria, melancolia, convulsões, coqueluches, tosses rebeldes.
Planta epífita da família das orquídeas, originária da Ásia, encontra-se aclimatada no Brasil. Vegeta em abundância nas regiões norte e nordeste, principalmente em áreas próximas ao vale do São Francisco.
Esta orquidácea é utilizada nos rituais de iniciação, banhos purificatórios e na sacralização dos objetos rituais do orixá.
Suas sementes são aromáticas e usadas medicinalmente nos casos de abalo do sitema nervoso, histerismo, hipocondria, melancolia, convulsão, coqueluche e tosses rebeldes. A planta toda é considerada afrodisíaca.
Picão (ÈWÉ ABÉRÉ)
Orixás: Exú (em pó ou para feitiços) e Oxum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: chá – hepatite, febres, males do fígado, rins e bexiga.
Planta Muito popular no território nacional, tem sua origem na América tropical e encontra-se presente na Europa e na África.
As folhas são também atribuídas a Oxum, com larga utilização em "feitiços". Para esta finalidade são torradas em panelas de ferro, associadas a outros elementos, para a obtenção do Atin (pó), seguindo o modelo mítico de que este orixá é considerado "a mãe dos feitiços". In natura suas folhas são também usadas em assentamentos e trabalhos com Exú.
Utilizado no culto de Ifá pelos Babalaôs, o picão tem os nomes iorubá de elésin máso, akésin máso, oyà, malánganran, abéré olóko, agamáyàn, agaran mòyàn, àgbède dudu oko, ajísomobíàlá, sendo empregada tanto em trabalhos benéficos - "proteção contra a ganância", quanto para malefício - "trabalho para fazer alguém ter pesadelos (Verger 1995:638,495,415).
O picão é uma planta largamente utilizada, sob a forma de chá, na medicina popular, no combate à hepatite; todavia, seu uso se estende aos casos de febre, males do fígado, rins e bexiga, beneficiando a função hepática e normalizando a diurese.
A gbéèdè ewé a gbéèdè ńbọ, e a gbéèdè
A gbéèdè ewé a gbéèdè ńbọ, e a gbéèdè.
TRADUÇÃO
Nós entendemos as folhas, nós entendemos e cultuamos, nós entendemos,
Nós entendemos as folhas, nós entendemos e cultuamos, nós entendemos.
Erva Passarinho (ÈWÉ ÀFÒMÓN)
Orixás: Oxóssi, Omolú/Obaluaê, Nanã, Oxumarê
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: chás – gripes, resfriados, pneumonias e bronquites.
As diversas espécies existentes, em sua grande maioria, são nativas da América tropical e encontradas no Brasil. Estas plantas vegetam sobre árvores, propagando-se através dos pássaros que comem seus frutos, daí o nome comum de erva-de-passarinho. Embora consideradas parasitas, são, na verdade, hemiparasitas, pois fazem fotossíntese. Sua propagação independe de solo, por isso medram nas mais diversas regiões do país.
Àfòmòn é o nome genérico dado pelos nagôs a diversas plantas que utilizam outros vegetais, principalmente árvores, como substrato. Normalmente pertencem à família das lorantáceas, embora algumas polipodiáceas ou convolvuláceas estejam, também, incluídas nessa categoria. São atribuídas aos orixás Obaluaiê, Nanã e Oxumarê, e empregadas nos rituais de iniciação e banhos purificatórios dos adeptos.
As várias espécies de erva-de-passarinho são utilizadas como remédio, em forma de chá, no combate a gripe, resfriado, pneumonia e bronquite. Todavia, embora suas sementes sejam comidas pelos pássaros, para as pessoas são consideradas muito adstringentes e, de algumas espécies, tidas como venenosas.
Àfòmón bikan, sen sen,
Àfòmón bikan, sen sen
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Àwa kòso káàbò l´esí
Àwa kòso káàbò l´esí
Àfòmó ti bèèrè, awa kòso káàbò l´esí Agè
Àwa kò s´àgò la so, àwa kò s´àgò la so
Kùkùté ti bí kan, àwa ka s´àgò la so Agè
Àwa kò s´àgàn olómo
Àwa kò s´àgàn olómo
Àfòmó ti bi kan, àwa kò s´àgàn olómo Agè
Tradução:
Nós não dissemos bem vindo ano passado
Nós não dissemos bem vindo ano passado
àfòmó perguntou se não dissemos bem vindo ano passado a Agué
Não pedimos licença é o que dissemos
O toco brotou, nós contamos que pedimos licença,
É o que dissemos a Agué
Não seremos estéreis
Não seremos estéreis
Àfòmó nasceu um, não seremos estéreis Agué
Romã (ÈWÉ ÀGBÀ)
Orixás: Xangô e Ogum
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: Chá da casca – gargarejos p/garganta. Xarope do fruto – amidalites, afecções urinárias, gastrites, cólicas intestinais, hemorróidas.
Agba ju la ju le we
Agba ju la ju le wa
Agba ju la ju le we
Agba ju la ju la osogun
Milho (ÈWÉ ÀGBÀDÓ)
Orixás: Ogum e Oxóssi
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: o cabelo – problemas renais.
Dentro do Candomblé, embora não seja de origem africana, o milho apresenta uma posição de destaque. Podemos dizer que uma casa de candomblé não funciona se não tiver milho no ilé ìdáná (cozinha). Isso não é um exagero quando lembramos que alguns dos principais adimús (oferendas) são a base de milho. A exemplo, podemos citar o doburú (pipoca), o ebô (canjica), o axoxô, o eko e o akasá. Acredita em mim agora? Pois é, existem dois tipos de àgbàdo: o funfun (branco) e o pupa (vermelho). Com cada um deles podemos preparar diversas iguarias, que são apreciadas pelos mais diferentes orixás: Omulú, Ogún, Odé, Ossayin, Ewá, e por aí vai… Ndandalunda, inkicie ligada ao cultivo das raízes e ao ciclo lunar, cultuada nas casas de ritual Angola e muito confundida com Osun, também aprecia o àgbàdo.
Com relação ao cabelo de milho, ele costuma ser oferecido para Ode, junto com a espiga, em trabalhos para obter prosperidade e fartura. Pessoas que o ofereciam para Oyá, com o mesmo objetivo. Outra forma interessante é a utilização de bonecos “voodoo”, feitos com a palha e os cabelos de milho. Nesse caso o intuito era de aproximar duas pessoas.
Por fim, com a palha do milho é feito um cigarro que é muito apreciado por uma entidade pertencente à Umbanda e o Catimbó, denominada Zé Pelintra. O cabelo de milho também é utilizado como um fitofármaco que auxilia nas doenças dos rins, tendo efeito diurético e ajudando a baixar a pressão arterial Durante a Sasányìn podemos cantar esse korín ewé:
Kórè l’ewa àgbàdo
Lélè kó, Lélè kó , Rà d’o
Colha o milho que é lindo
Retire do chão, Retire do chão, Todos irão comprar de você
Oriri (ÈWÉ RIN-RIN)
Orixás: Oxum e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: irritações e inflamações oculares e suave tônico cardíaco.
I rin-rin ewe tori ó
I rin-rin ewe atori
A nse bale a isaba bain baro
A isaba yaba sorun, Mojé f'orí okon
I rin-rin látòní bàbá ketun
I rin-rin látòní bàbá ketun
I rin-rin látòní bàbá ketun
Tradução:
Oriri é forte como um atori
Valorizamos oriri como a um atori
Glorificamos o Grande Espírito
Que abençoa e protege nossas cabeças
Pai dos Orixás, Pai do Céu infinito
A pimenta não é mais forte que o Alá que cobre nossas cabeças
Valorizamos oriri como um atori
Pai que faz o mundo continuamente
Pitanga (ÈWÉ ÍTÀ)
Orixás: Oxum e Ode
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: adstringente, anti-reumático, diarréias e febres infantis, gripes e resfriados, tosses.
GBOGBO IRO, JA K'OSSAIYN IWO
GBOGBO IRO, ITA ESE
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Ita wo wo, e ita wo man
Atipo la afi pa puru
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ìTA OWÓ ÌTA OMO
ÁTÁARÈ IKÚ GBOGBO GB’ÉRÙ RE O
TRÊS É DINHEIRO, TRÊS É FILHO
ÁTÁARÉ, LEVE TODOS OS CARREGOS DA MORTE
Melão d’Água (ÈWÉ AGBÉIE)
Orixás: Iemonjá e Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: para mulheres com dificuldades de engravidar.
Fedegoso (ÈWÉ ÀGBÒLÀ)
Orixás: Exú, Oyá e Omolú
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Coqueiro (ÈWÉ ÀGBON)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Iemonjá e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: água de coco – contra desidratação, problemas intestinais, náuseas, vômitos e enjôos de gravidez.
Tamarindo (ÈWÉ ÀJÀGBAÓ)
Orixás: Xangô e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: higiene bucal (folhas maceradas) - dor de dentes (chá) – digestivo e laxante (polpa do fruto) – as folhas debaixo do travesseiro proporcionam sono tranqüilo aos agitados e insones.
Aroeira (ÈWÉ ÀJÓBI)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Xangô e Ossain
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: anti-reumático, bronquites, feridas, tumores, inflamações, corrimentos, diarréias e gastrites.
Cambará (ÈWÉ ÁBITÓLÁ)
Orixás: Exú e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: infusão – doenças respiratórias, tosses, bronquites, rouquidão e resfriados.
Dendezeiro (ÈWÉ MÀRÌWÓ ou IGI ÒPÈ)
Orixás: Ogum e Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: azeite: externamente, contra angina, erisipela e filariose. Internamente, contra dores de cabeça e cólicas abdominais (quantidades mínimas).
Mariwo, ki lo fo ni se
Mariwo ki lo fo ni se, o
Dandá da Costa ou Tiririca (ÈWÉ DANDÀ)
Orixás: Exu, Ogum, Oxóssi, Ossain, Oxumarê e Nanã
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: desconhecida
Dan dara mada o
Ewe dan dara mada
Esu Onan firi a Dan
Ewe dan dara mada wo
Jibóia (ÈWÉ DAN)
Orixás: Oxumarê
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Beere ewe o gege
Beere ewe o gege, i dan ko ba ewa
Iba ri baba iba o, iba re ewe iba Danboro,
Na re wa ase dara e
Erva de Santa Luzia (ÈWÉ OJÚORÓ)
Orixás: Osun
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: amadurecer abscessos, asma, doenças de pele, inflamações oculares.
Oni Tafa’ra ode, ere mi ná
ke mi kemi ojuoro, ere mi ná
Tafa ojo
Ere mi ná
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Ofere, ofa e mi eja
Ofere, ofa e mi eja
Te te omi, Ojuoro, Osibata
Ofere, ofa e mi eja
Capeba (ÈWÉ IYÁ)
Orixás: Iemonjá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: estimulante, diurético, afecções das vias renais, febres, gastrites, debilidades orgânicas, furúnculos, abscessos, prisão de ventre, ingurgitamento do fígado e baço, ulcerações sifilíticas, hemorróidas e reumatismo.
Sere sere awa mi ma sere
Sere sere awa mi ma sere
Ba e ro ko, kolobo yo sere
Ba e ro ko, kolobo yo sere
Iya mi omon male kan sere
Iya mi omon male kan sere
Ba iya dudu ma le kan sere
Ba iya dudu ma le kan sere
São Gonçalinho (ÈWÉ ALÉKÈSÌ)
Orixás: Ogum e Oxóssi
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: chá – calmante, depurativo, antiinflamatório e analgésico. Macerado – uso externo: picadas de cobra e de insetos.
Também chamada de guaçatonga, chá-de-bugre, cafezeiro do mato, pau-de-lagarto, folha-miúda, sarna de perro, – Planta da família das Salicáceas – Nativa da América do Sul – Nome científico: Casearia sylvestris. No passado, não tão remoto, era comum vermos as folhas desta planta, espalhas pelo chão das casas de Candomblé, principalmente, as de origem bantu.
Atrai pessoas, chama quem ou o que está longe. Limpa inveja e traz sorte.
Espécie disseminada pelas Américas, sendo encontrada do México até a Argentina. No Brasil, ocorre desde o Pará até o Paraná.
nas festas de candomblé é comum ver o chão do barracão forrado com as folhas de São-gonçalinho. Esta prática deve-se à crença de que as folhas dessa planta têm o poder de repelir "coisas negativas", por isso seus galhos são colocados também sob a esteira onde dorme o Iaô, por ocasiaão de sua iniciação, pra que este fique protegido das influências nefastas dos Exús e Eguns.
O São-gonçalinho é uma planta que goza de grande prestígio dentro dos terreiros Ketu, pois está ligado a Oxossi, orixá patrono da nação, daí esse vegetal estar sempre presente nos rituais de iniciação, banhos purificatórios, sacralização dos objetos dos orixás e sacudimentos, sendo também utilizado como "vestimenta para os orixás Oxossi e Ossaim".
Nos terreiros de umbanda, essa erva é dedicada a Ogum e considerada de grande poder mágico, não podendo ser queimada, pois atrai má sorte, daí não ser utilizada em defumações.
Acredita-se que as folhas de São-gonçalinho, sob a forma de chá, tenham propriedades calmantes e depurativas, e contenham princípios antiinflamatórios e analgésicos. Maceradas e usadas tópicamente, ajudam nos casos de picadas de cobras e insetos.
Mamona Branca (ÈWÉ LÁRÀ FUNFUN)
Orixás: Oxalá
Elementos: Ar/feminino/èrò
Terapêutica: água das folhas cozidas com sal: inchaços nos pés – sementes: óleo de rícino, que é purgativo e indicado para prisão de ventre.
Ipesanha ewe lará
Ta ni wá l’axé ke su
Ipesanha ewe lará
Ta ni wá l’axé ke su
Dama da Noite (ÈWÉ ÀLÚKERÉSÉ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: em banhos – reumatismo e inflamações cutâneas.
Planta originária da América tropical, dispersa por todos os continentes, sendo uma espécie freqüente e bastante disseminada no território brasileiro. Kissmann (1992:522-II) relata a existência das variedades gigantea, muricata e vulgaris no Nordeste brasileiro, e Pott & Pott (1994:98) mencionam que o cálice (flores brancas) é utilizado como comestível em sopas e que as sementes eram usadas pelos escravos como sucedâneo do café.
Nos cultos de origem jejê-nagô, as folhas da dama-da-noite são utilizadas na iniciação dos filhos de Oxalá e em “banhos de prosperidade”, pois acredita-se que, sendo um vegetal de fácil expansão e que produz farta ramificação, por analogia, no plano litúrgico, está associado a fartura.
Sob as denominações iorubas de àlùkérése, àlùkérése pupa, afàkájù, òdódó oko e òdódó odò, Verger (1995:684) dá a classificação científica de Ipomoea involucrata P. Beauv., a qual não conseguimos determinar se é sinonímia da I. alba ou se se trata de outra espécie.
Como fitofármaco, o banho feito com os ramos desta convolvulácea é tido como um tratamento eficaz nos casos de reumatismo, servindo ainda para “amolecer inflamações cutâneas”.
Boldo Paulista ou Alumã (ÈWÉ ÀLÚMÓN)
Orixás: Ogum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: sumo: enjôos provocados por má digestão ou problemas hepáticos.
Língua de Galinha ou Guaximba (ÈWÉ ÀLÙPÀYÍDÀ)
Orixás: Ogum, Oxumarê e Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Sete Sangrias (ÈWÉ ÀMÙ)
Orixás: Omolú e Nanã
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: arteriosclerose, hipertensão, palpitações cardíacas, inflamações da mucosa intestinal, doenças venéreas e afecções de pele.
Balainho de Velho (ÈWÉ AMÚNIMÚYÈ)
(É uma das folhas que “tiram a consciência” do iaô e facilitam o transe)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: desconhecida
Dormideira ou Sensitiva (ÈWÉ ÁPÉJÈ)
(É uma das folhas que “tiram a consciência” do iaô e facilitam o transe)
Orixás: Exú, Oyá, Oxumarê (Frekwen) e Yewá
Elementos: fogo/masculino/èrò
Terapêutica: chá: fígado, flatulência, dores de cabeça de origem digestiva e purgativo – gargarejo: alivia dores de dente.
Alfazema ou Lavanda (ÈWÉ ÀRÙSÒ)
Orixás: Oxum e Iemonjá
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: febres infantis.
Vassourinha de Relógio (ÈWÉ ÀSARÁGOGO)
Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Nomes Populares: Espada-de-São-Jorge, Espada-de-Ogum, Língua-de-Sogra, Rabo-de-Lagarto.
Nomes Científicos: Sansevieria trifasciata Hort. ex Prain., Lillaceae; Sansevieria zeilanica AGAVAEAE; Sansevieria guineensis Gér. et Labr.; Sansevieria zeylanica Hort.
Orixá: Ogum.
Elementos: Terra/masculino;
Bom para amor, atrai clientes, torna o ambiente agradável.
Originária da África, esta agravacea é encontrada em todo o Brasil, cultivada em jardins ou ambientes de interiores, com fins ornamental e litúrgico.
Embora atribuída a Ogum, a espada-de-São-Jorge pode ser usada ainda para Oxossi, Ossaim, Oiá e Iemanjá, na sacralização dos objetos rituais. É empregada nos rituais afro-brasileiros em sacudimentos. Também plantada em vasos na entrada das casas ou afixada nas portas, disfarçada como ornamental, serve para proteger os ambientes dos terreiros e 'gongas". Na umbanda e nos candomblés de Angola, suas folhas nos rituais de "lavagem de cabeça e guias", sendo também utilizada em banhos de descarrego.
Na África este vegetal é conhecido pelos nomes iorubás ojá kòríkò, ojá ikòokò, pàsán kòríkò e agbomolówóibi
Malva Branca (ÈWÉ ÀSIKÙTÀ ou EFIN)
Orixás: Oxalá, Iemonjá, Oxum e Oxóssi (Inle)
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: emoliente, contra picadas de vespas.
Sabugueiro (ÈWÉ ÀTÒRÌNÀ)
Orixás: Omolú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: chá: afecções bronco-pulmonares, excitante, sudorífero, febrífugo, combate gripes, resfriados, anginas, inflamações de pele, furúnculos, queimaduras e erisipelas.
Cipó Chumbo (ÈWÉ AWÓ PUPÁ)
Orixás: Ossain, Omolú, Ogum (Ogunjá), Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: afecções pulmonares, gripes e resfriados fortes, anginas, faringites e amidalites. Reduzido a pó é aplicado em úlceras e feridas como cicatrizante (uso externo).
Taioba (ÈWÉ BÀLÁ)
Orixás: Oxum e Nanã
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: cicatrizante de feridas e úlceras, usado externamente.
Lírio Branco ou Lírio do Brejo (ÈWÉ BALABÁ)
Orixás: Iemonjá, Oxum, Ogum e Oxalá
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: raízes: anti-reumático e purgativo.
Pimenta de Macaco ou Canela de Macaco ou Erva Biriba ou Bejerecum (ÈWÉ BEJEREKUN)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: estimulante, combate flatulência, antiinflamatório.
Pinhão Branco (ÈWÉ BÒTUJÉ FUNFUN)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: suco viscoso dos galhos: hemostático e coagulante, cura feridas.
Pinhão Roxo (ÈWÉ BÒTUJÉ PUPÁ)
Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: a mesma do pinhão branco.
Jenipapo (ÈWÉ BUJÈ)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: fruto: digestivo, diurético e afrodisíaco – casca do tronco: anemia, crescimento exagerado do fígado e do baço.
Carrapicho (ÈWÉ DÁGUNRÓ)
Orixás: Exú, Ogum, Oxóssi, Ossain, Oxum
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Alfavaca (ÈWÉ EFÍNFÍN)
Orixás: Exú (a roxa), Xangô, Omolú e Oxalá
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: diurético, anti-séptico, calmante, azias, tosses, gripes e resfriados leves, temperos de comida.
Manjericão Branco (ÈWÉ EFÍNRÍN ou EFÍNRÍN KÊKERÊ)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: gases, cólicas intestinais, diarréias, afecções das vias urinárias e/ou respiratórias, gengivites, amidalites, faringites, estomatites, aftas e tempero de comida.
Cipó Milomi ou Jarrinha (ÈWÉ AKONIJÈ)
(É uma das folhas do orô da “voz” do orixá)
Orixás: Ossain, Oxum, Nanã, Iemonjá, etc.
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: antídotos p/veneno de cobra, abortiva
Manjericão Roxo (ÈWÉ EFÍNRIN PUPÁ)
Orixás: Xangô (Ayrá), Oyá e Oxoguiã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: a mesma do manjericão branco.
Aguapé (ÈWÉ EJÀ OMODÉ)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Nanã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida
Melão de São Caetano (ÈWÉ EJÌNRÌN)
Orixás: Oxumarê, Omolú, Yewá e Nanã
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: preventivo de gripes e febres (pequenas quantidades de chá fraco), leucorréia, cólicas de vermes ou menstruais (chá). Pomada supurativa das sementes. A planta toda é purgativa, ajuda contra hemorróidas e diabetes e é abortiva.
Maravilha (ÈWÉ ÈKÈLÈYÍ)
Orixás: Oyá e Yewá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: sardas, dores de ouvido, cólicas abdominais, diarréias, disenteria, leucorréia e sífilis.
Elevante ou Levante ou Alevante (ÈWÉ ERÉ TUNTÚN)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Oxalá
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Erva de Bicho ou Folha de Igbi (ÈWÉ ERÓ IGBIN)
Orixás: Omolú e Oxalá
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: inchações e picadas de insetos.
Maricotinha (ÈWÉ ETÍTÁRÉ)
Orixás: Iemonjá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: inflamações oculares, dores de ouvido, afecções de bexiga, uretra ou rins, febres, expectorante suave, diurético e antidiabético.
Guando (ÈWÉ ÈWÁ IGBÓ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: afecções urinárias, intoxicações, faringites, estomatites, gengivites, dor de dente, afecções hepáticas e pulmonares.
Folha da Riqueza ou Erva Periquito (ÈWÉ AJÉ)
Orixás: Oxumarê e Iemonjá
Elementos: água/masculino/gùn
Terapêutica: diurético.
Boldo ou Tapete d’Oxalá (ÈWÉ BABÁ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: fígado, rins e estomago.
Quebra Pedra (ÈWÉ BÍYEMI)
Orixás: Xango
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: cálculos renais.
Erva Pombinha ou Andorinha (ÈWÉ BOJUTÒNA)
Orixás: Ossain e Oxumarê
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: vaso dilatador, hepatite B, diurético, eliminador de glicose e ácido úrico, cálculos renais e icterícia.
Beti Branco (ÈWÉ BEYÍ FUNFUN)
Orixás: Iemonjá, Oxalá e todos os orixás fun fun.
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: diurético e cicatrizante.
Erva Prata (ÈWÉ DÍGÍ)
Orixás: Oyá, Iemonjá e Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Erva Moura ou Maria Preta (ÈWÉ ÈGÙNMÒ)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica:emoliente, calmante, para lavagem de chagas e erupções cutâneas, reumatismo e caspa.
Branda Fogo ou Folha de Fogo (ÈWÉ INÓN ou INÁN)
Orixás: Exú, Xangô e Oyá
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: palpitações cardíacas, afecções urinárias e genitais, sífilis, erupções cutâneas, feridas, coceiras, moléstias de pele.
Agè máà inón ó pa àdá.
Agè máà inón ó pa àdá ó
Agué não quer fogo nem o facão que o mata,
Agué não quer fogo nem facão que o mata
Umbaúba (ÈWÉ ÀGBAÓ)
Orixás: Branca – Iemonjá, Ossain e Nanã; Roxa – Xangô, Oyá e Nanã
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: frutos: asma e bronquites – chá das folhas: hipertensão, doenças respiratórias, cardíacas, renais e diabetes.
Tem o poder de fazer uma pessoa achar o que está procurando.
Características: Árvore de medio porte, pioneira, 4 a 8 metros de altura, de madeira fraca e crescimento rápido. Prefere locais sombreados e umidos. Folhas compostas com 8 partes, de 40 cm. A flor e sementes aparecem como um pequeno cacho no topo da arvore.
Utilidades: Pioneira e rústica, ideal para inicio de reflorestamento. Atrativa para fauna, oferece alimento para pássaros, bicho preguiça, e morada para vários tipos de insetos como formigas e cupins.
Esquenta o ambiente, as pessoas, traz vida e alegria. Afasta a inveja e o mal.
Encontrada na América Central ao Brasil, a embaúba é comum na mata atlântica, onde ocorrem várias espécies muito semelhantes.
Mateiros e erveiros, quando vão à mata coletar ervas, costumam colocar sob a embaúba oferendas de vinho moscatel, aguardente, fumo de rolo picado, mel e moedas com a finalidade de agradar Ossaim, para que este permita que os vegetais que procuram sejam encontrados, caso contrário, "passarão várias vezes pela planta procurada e não a verão".
As folhas da embaúba são utilizadas em rituais e banhos de purificação para os filhos de Xangô. Nas casas-de-santo, é comum encontrar-se sobre as folhas de àgbaó, oferendas de frutos dedicados a Ossaim.
Os santeiros cubanos atribuem a embaúba, que eles chamamde igi ogugú e láro (Cabreira 1992:554), a Obatalá.
Na medicina popular, os frutos, que são comestíveis, utilizam-se contra asma e bronquite. O chá das folhas combate a pressão alta, sendo indicado, ainda, no tratamento de doenças respiratórias, pulmonares, cardíacas, renais e diabetes.
Uso medicinal da embaúba
As propriedades do chá de embaúba incluem a sua ação diurética, hipotensora, expectorante, descongestionante, cicatrizante, anti-diabetica, antiespasmódica e vermífuga. Os benefícios proporcionados pela planta incluem o tratamento das afecções das vias respiratórias, bronquite, tosse e coqueluche, além de atuar no fortalecimento da musculatura cardíaca. Os princípios ativos da embaúba incluem açúcares, taninos, resinas, pigmentos flavonoides, cumarinas, alcaloides e glicosídeos ambaina.
Como utilizar a embaúba? A embaúba costuma ser utilizada em forma de chá e a receita varia de acordo com a condição de saúde a ser tratada. Veja a seguir:
– Como diurético, ativador das funções cardíacas e circulatórias e para diabetes: Coloque uma colher (chá) de folhas picadas em uma xícara de chá e adicione água fervente. Tampe e deixe repousando por cerca de 5 minutos. Após isto, coe e tome 1 xícara de chá, de 1 a 3 vezes ao dia.
– Para corrimento vaginal, afecções cutâneas e feridas: Adicione 3 colheres (sopa) de folhas picadas a meio litro de água fervente. Deixe ferver por aproximadamente 10 minutos, depois coe e deixe amornar.
No caso de corrimento vaginal, faça um banho de assento para higiene íntima; para tratar afecções cutâneas e feridas, lave as partes afetadas com este líquido, várias vezes ao dia.
– Para afecções das vias respiratórias, asma, bronquite e tosse: Coloque 3 colheres (sopa) de folhas e brotos picados da planta em 1 xícara de chá de álcool de cereais a 70%. Deixe em maceração por uma semana e coe.
A indicação é tomar 1 colher (café) diluído em um pouco de água, três vezes ao dia.
Abre Caminho (ÈWÉ LOROGÚN)
Orixás: Ogum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Parietária (ÈWÉ MONÁN)
Orixás: Oyá e Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: irritações e inflamações urinárias, cicatrizante e doenças de pele.
Transagem (ÈWÉ ÒPÁ)
Orixás: Omolú, Oxumarê e Nanã
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: adstringente, contra febres, otites e incontinência urinária, dor de dentes, depurativo sanguíneo, inflamações uterinas.
Algodão (ÈWÉ ÒWÚ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: desordens menstruais ou pós-parto, inflamações e dores uterinas, aumentar o leite materno.
Alecrim (ÈWÉ EWÉRÉ)
Orixás: Oxóssi e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: má digestão, gases, reumatismo, encefalia e tempero de comida.
Corredeira (ÈWÉ FALÁKALÁ)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: inflamações oculares.
Fruta Pão (ÈWÉ GBÈRÈFÚTÚ)
(é uma das folhas utilizadas para se tirar “mão de Vumbi”)
Orixás: Iroko/Tempo e Oxalá
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: folhas: diarréias – raiz: vermífugo – fruto: tumores e furúnculos.
Salsa de Praia (ÈWÉ GBÒRÒ AYABÀ)
Orixás: Iemonjá e Olokun
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica:reumatismo, nevralgias, catarro crônico e blenorragia.
Para Raio (ÈWÉ IGÍ MÉSÀN)
Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: folhas: abortivo, laxante, estimulante intestinal – frutos: hemorróidas, vermes – lenho: feridas, erisipelas e doenças de pele.
Salvia (ÈWÉ IKIRIWÍ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: chá: gripes e resfriados, febres, afecções leves do estomago, vômitos, escorbuto, corrimentos purulentos da uretra, cólicas menstruais, debilidades sexuais, antiabortivo, antidiabético e regulador da pressão.
Erva Vintém (ÈWÉ ILERÍN ou OKÓWÓ)
Orixás: Ossain, Oxum e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida.
Erva de Santa Maria (ÈWÉ IMI IYÍN)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: aerofagia, afecções pulmonares, vermes, insetívoro (pulgas, percevejos, etc.).
Barba de Velho (ÈWÉ IRÙNGBÒN)
Orixás: Omolú
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: abscessos, hemorróidas, reumatismo.
Mãe Boa (ÈWÉ ÌYÁBEYÍN)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Nanã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: reposição de proteínas.
Aperta Ruão (ÈWÉ ÌYÈYÈ)
Orixás: Oxum e Oxalá
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: gravidez difícil, problemas uterinos, feridas crônicas, blenorragias crônicas, cistites, diarréias, diurético.
Arrebenta Cavalo (ÈWÉ KANAN-KANAN ou EWÉ BÓBO)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: afecções urinárias, renais ou hepáticas, febres, dores na coluna, abscessos, furúnculos, inflamações e manchas na pele.
Carqueja (ÈWÉ KÀNÉRÌ)
Orixás: Oxóssi
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: males do estomago
Jurubeba (ÈWÉ KISIKISI ou IGBÁ IGÚN ou IGBÁ ÀJÀ)
Orixás: Oxóssi e Ossain
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: garrafadas fortificantes, icterícias, moléstias do fígado, rins e baço.
Catinga de Mulata ou Macassá (ÈWÉ MAKASÀ)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: banhos contra febre infantil.
Cordão de Frade ou Cordão de São Francisco (ÈWÉ MOBORÒ)
Orixás: Oxóssi e Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: dores nevrálgicas, reumatismo, problemas de estomago, asma, problemas urinários, hemorragias uterinas, relaxante da musculatura lisa. Em excesso é abortivo.
Samambaia de Poço ou Pente de Cobra (ÈWÉ ÒMUN)
Orixás: Osumarê
Elementos: água/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Vence Demanda ou Vence Tudo (ÈWÉ OSÈ OBÁ)
Orixás: Ogun e Sangô
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Chapéu de Couro (ÈWÉ SÉSÉRÉ)
Orixás: Oxóssi e Oxalá
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: diurético, inflamações renais e na garganta, ulcerações de pele.
Arnica (ÈWÉ TAMANDÍ)
Orixás: Nanã
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: doenças de estomago, tombos e quedas (alivia os hematomas).
Cana do Brejo (ÈWÉ TÈTÈRÈGÙN)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: doenças renais.
Colônia (ÈWÉ TÓTÓ)
Orixás: Oxum, Oxalá, Ogum, Oxóssi e Iemonjá
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: infusão das flores: acalma medos e histerias – folhas: sedativo, enxaquecas (emplastro), dores de cabeça (no álcool) – chá: hipertensão, palpitações cardíacas, sedativo leve.
Amendoeira (ÈWÉ ÒWÚ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: macerada em álcool: bursites, tendinites, dores reumáticas e musculares e sacudimentos e purificação de pessoas com problemas mentais.
Canela de Velho (ÈWÉ OJÚGUM PÍPE)
Orixás: omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: perturbações digestivas e menstruais.
Jaborandi (ÈWÉ ÌYÈYÈ)
Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: queda de cabelo
Manjerona (ÈWÉ ERÉ TÚNTÚN)
Orixás: Xangô
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: estimulante do apetite, digestivo, cólicas, flatulência e afrodisíaco.
Quaresmeira (ÈWÉ ALASE)
Orixás: Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida.
Pimenta (ÈWÉ ÁTÁARÉ)
Orixás: Exú e Ossain
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: tempero de comidas.
Perpétua (ÈWÉ ÈKÈLEGBARA)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: males respiratórios, febres, tosses.
Cansanção (ÈWÉ ÈSÌSÌ)
Orixás: Exú e Xorokê
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: em compressas: alívio das dores de queimaduras e contusões – chá: catarro das visa respiratórias, menstruação irregular, hemorragias, leucorréia, escrofulose e hemoptises.
Urtiga (ÈWÉ KANAN)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: erisipela (a seiva do caule). As folhas provocam queimaduras que se transformam em ulcerações.
Tento ou Olho de Exú (ÈWÉ WÉRÉNJÉJÉ)
Orixás: Exú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: doenças dos olhos (em quantidades mínimas do pó das sementes) – das folhas e raízes maceradas: afecções urinárias, pulmonares e do ventre.
Mangueira (ÈWÉ ÒRÓ ÒYÌNBÓ)
Orixás: Ogum e Iroko/Tempo
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: folhas: bronquite asmática, estomatite, gengivite e contusões – chá do lenho: leucorréia e diarréia.
Língua de Vaca (ÈWÉ GBÚRE OSUN ou SANA)
Orixás: Xangô (Barú) e Oxum
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: complemento alimentar
Aridan (ÈWÉ ÀRÌDAN)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida.
Carrapeteira (ÈWÉ ÌPÈSÁN)
Orixás: Xangô
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: combate febres, tosses, gota, afecções sifilíticas e conjuntivite. Em doses elevadas, é abortiva.
ÌPESÁN ELEWA
ÈIYÉ T´ALO KÉ MASE SO. ( BIS )
ÌPESÁN BONITO
QUE PÁSSAROS TE IMPEDIU DE TER FRUTOS ?
Barba de Boi ou Malva Rasteira (ÈWÉ TÓ)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida
Jaqueira (ÈWÉ APÁÒKÁ)
Orixás: Xangô, Iroko/Tempo/Oxumarê
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: estimulante, antidiarréico, antitussígeno e expectorante.
Flamboyant (ÈWÉ IGI ÒGUN BÈRÈKÈ)
Orixás: Xangô, Oyá e Ibeji
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: lenho das vagens em chá: hipertensão, palpitações cardíacas e sedativo suave.
Bem-Me-Quer (ÈWÉ BÁNJÓKÓ)
Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida.
Cana ou Bananeira de Jardim (ÈWÉ ÌDÒ)
Orixás: Oxum e Yewá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: expectorante, diurético, vomitivo e abortivo.
Chifre de Veado (ÈWÉ DÁGUNRÓ)
Orixás: Oxóssi e Logun
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Vitória Régia (ÈWÉ OMÍ OJÚ)
Orixás: Obá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica:desconhecida
Sapoti (ÈWÉ NEKIGBÉ)
Orixás: Ibeji
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: frutos: contra desnutrição – sementes trituradas: afecções renais – casca do tronco em decocto: diarréias, verminoses e febre.
Baronesa ou Jacinto d’Água (ÈWÉ ERESÍ MOMIN PALA)
Orixás: Nanã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida.