A Espiritualidade é uma dimensão da pessoa humana que traduz, segundo diversas religiões e confissões religiosas, o modo de viver característico de um crente que busca alcançar a plenitude da sua relação com o transcendental. Cada uma das referidas religiões comporta uma dimensão específica a esta descrição geral, mas, em todos os casos, se pode dizer que a "espiritualidade" «traduz uma dimensão do homem, enquanto é visto como ser naturalmente religioso, que constitui, de modo temático ou implicito, a sua mais profunda essência e aspiração»
Mediunidade, ou canalização, designa a alegada comunicação entre humanos e espíritos; ou a manifestação espiritual via corpo físico que não lhe pertence.
Apesar de ser uma crença disseminada pela maioria das sociedades ao longo da história humana, foi a partir do século XIX que a mediunidade começou a ser um objeto de intensa investigação científica. Investigações durante este período revelaram grande número de fraudes, com alguns praticantes empregando técnicas conhecidas de ilusionismo, e a prática começou a perder credibilidade.
Apesar de diversas pesquisas científicas concluindo pela inexistência de fenômenos mediúnicos, e de inúmeras revelações de fraudes por parte dos alegados médiuns, a prática ainda é popular ao redor do mundo.
Espiritualistas alegam que quando espíritos desejam comunicar-se, podem entrar em contato com a mente do médium ativo, e, assim, se comunicar por várias formas, como oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se fazendo visível ao médium (vidência). Também afirmam existir a mediunidade de psicometria, que consiste em um médium ler impressões e recordações pelo contato com objetos comuns; e a mediunidade de cura, que se refere ao alegado poder de curar ou aliviar os males pela imposição das mãos ou pela prece.
Cultura é a herança social. É todo o conhecimento acumulado pelas pessoas ao enfrentarem situações e desafios no cotidiano. Cada pessoa, motivada pela necessidade ou interesse e sustentada pela prontidão, fará continuamente conhecimento ao buscar um referencial diferente, que permita a construção de conceitos novos e, por sua vez, sustente comportamentos, atitudes renovados. As ferramentas que estão à disposição do ser humano nessa busca de referenciais diferentes são muito variadas. A mediunidade é uma dessas ferramentas que podem ser utilizadas para o crescimento do ser humano, mas o seu conceito, utilizado pelo senso comum, deve ser modificado.
No entendimento do Espiritismo, mediunidade não é sagrada, não é mística, não é mágica, não é sobrenatural. Não se alcança através de rituais ou de fórmulas predeterminadas. A sua prática é racional, equilibrada, transparente, fruto da persistência e da continuidade. O seu exercício envolve objetivo, planejamento e estruturação do processo.
A mediunidade não serve para “falar com os mortos”, pois os espíritos desencarnados não se enquadram nesta concepção do imaginário da cultura material. A mediunidade não se reduz a um balcão de atendimento ao qual se recorre para resolver problemas. Não serve para dizer o que as pessoas devem fazer ou para decidir seu futuro, tolhendo o seu livre-arbítrio.
Para a Doutrina Espírita, mediunidade não deve ser vista como “transe”. Mediunidade é sintonia e troca de experiência entre espíritos desencarnados e encarnados. Não há perda de consciência, não há anulação. Há soma das experiências das partes envolvidas, trazendo superação.
A mediunidade não “serve contra mau olhado” , não “serve para ganhar na loteria”, não serve para justificar comportamentos anormais. Não “serve para desobsidiar espíritos”. Não é “dom”, não é “graça”, não é castigo ou punição. É trabalho contínuo para a construção de um momento diferente, evidenciado no comportamento de cada um.
A mediunidade não faz milagres. Não concede “poderes” especiais. Ela não é fonte de todo o conhecimento. Os espíritos encarnados e os desencarnados envolvidos no processo mediúnico só conhecem alguma coisa na medida de suas experiências e de suas vivências.
A mediunidade não é exclusiva de algumas pessoas. Ela é uma capacidade, uma faculdade do espírito, que se aperfeiçoa pelo exercício e esforço pessoal. Ela é de todo o grupo cultural e está intimamente ligada aos seus valores e sentimentos. A mediunidade não está pronta e acabada, transforma-se e modifica-se ao longo do tempo, acompanhando o momento emergente, as situações vividas pelo grupo, a evolução das pessoas.
As pessoas evoluem pela soma de suas experiências e das experiências acumuladas pelo grupo social. Em constante crescimento interior, cada pessoa é diferente das outras porque vive experiências únicas ao longo de sua trajetória de vida. Ao ser colocada diante de novas situações, procura encontrar respostas em seu conhecimento acumulado ou no conhecimento acumulado de outras pessoas, estejam encarnadas ou desencarnadas.
Exercitar a mediunidade é buscar e encontrar respostas para as questões das pessoas e da sociedade, através da comparação dos referenciais de valores, idéias e sentimentos do polissistema material e do polissistema espiritual, úteis para a evolução da pessoa e do grupo.
Quando uma pessoa elabora um produto mediúnico está procurando, limitada pela prontidão do grupo cultural, evidenciar questões e/ou respostas novas para situações do social. Portanto, o seu produto é, antes de tudo, um produto cultural, com conceitos universais, alternativos, especialistas e individuais, e caracterizado por uma forma, com um significado e com uma função.
Mediunidade é instrumento que auxilia cada pessoa na construção do novo, através do rompimento de seus limites, ampliando a visão de si mesmo, dos outros, da natureza, de Deus. Mediunidade é expressão de identidade, é sintonia e troca de experiência. Mediunidade é interação entre os polissistemas material e espiritual.
Orisa não é culpado pela péssima administração que você faz do seu dinheiro.
Orisa não é culpado se você prefere viver no meio de pessoas invejosas e interesseiras que você mesmo sabe que só se aproximam de você com interesse em alguma coisa.
Orisa não é culpado pelo estudo e melhoria no currículo que você não buscou ter.
Orisa não é culpado pelo medo que você tem de arriscar financeiramente.
Orisa não tem culpa que ao invés de seguir os conselhos do Orisa você prefere seguir os conselhos das pessoas...
Dentro da limitação de cada ser humano Orisa da sim o caminho da Riqueza, porem nós temos que saber interpretar e seguir os seus conselhos...
Devemos nos auto-avaliarmos e também analisarmos oque é de produtivo e improdutivo em nossas vidas, quais são as pessoas que gostam de nós e as que se aproximam em busca de algum benefício próprio...
Além de ouvir os conselhos dos orisas devemos trabalhar fortemente para que tudo se concretize, a receita perfeita para uma vida confortável é ter obediência e determinação para que tudo se concretize.
Outro fator muito importante é estar com o Ori alinhado, estar com o Ori em Ire, não adianta fazer ebo, oriki e medicinas se o seu Ori não estiver em Ire nenhuma benção chegará ate você.
A felicidade de uma vida confortável só vem com mudanças, as pessoas procuram Ifa para que Ifa mude a vida delas, Ifa tem sempre o melhor caminho para quem o procura, Ifa tem sempre o melhor conselho para uma mudança positiva em nossas vidas, mas a escolha de mudar é nossa, a escolha de seguir os conselhos de Ifa é nossa.
Lembre se a vida é feita de ações e consequências, se eu gastar eu fico sem, se eu disser eu vou ouvir, se eu não fazer eu não vou receber, se eu andar com porcos eu vou comer lavagem.
Procure sempre uma mudança positiva na sua vida com obediência e determinação.
Tenha certeza de quem você é, para onde e por onde você deve Ir.
Só mesmo um grande mestre como Pierre Verger para nos tirar da ignorância sobre este tema, através da sua pesquisa e coragem, cujo legado será eterno.
Se uma mulher, em país yoruba dá à luz uma série de crianças natimortos ou mortas em baixa idade, a tradição reza que não se trata da vinda ao mundo de várias crianças diferentes, mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles maléfico), chamado àbíkú (nascer-morrer) que vem ao mundo por um breve momento para logo voltar ao país dos mortos, órun (o céu), várias vezes.
Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o mundo sem jamais permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, desejosos de ter os filhos vivos. Essa crença se encontra entre os Akan, onde a mãe é chamada awomawu (ela bota os filhos no mundo para a morte). Os Ibo chamam os abikú de ogbanje, os Hauças de danwabi e os Fanti, kossamah.
Encontramos informações a respeito dos abikú em oito itans (histórias) de ifá, sistema de adivinhação dos yorubá, classificados nos 256 odu (sinais de ifá). Essas histórias mostram que os abikú formam sociedades no egbá órun (céu), presididas por Iyàjansà (a mãe-se-bate-e-corre) para os meninos e Olókó (chefe da reunião) para as meninas.Mas é Aláwaiyé (Rei de Awaiyé) que as levou ao mundo pela 1ª vez na sua cidade de Awayié.
Lá se encontra a floresta sagrada dos abikú, aonde os pais de abikú vão fazer oferendas para que eles fiquem no mundo. Quando eles vêm do céu para a terra, os abikú passam os limites do céu diante do guardião da porta, oníbodé órun, seus companheiros vão com ele até o local onde eles se dizem até logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Se prometerem a seus companheiros que não ficarão ausentes, essas, crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos no céu.
Os abikú podem ficar no mundo por períodos mais ou menos longos. Um abikú menina chamada “A-morte-os-puniu” declara diante de oníbodé órun que nada do que os seus pais façam será capaz de retê-la no mundo, nem presentes nem dinheiro, nem roupas que lhes ofereçam, nem todas as cosias que eles gostariam de fazer por ela atrairiam os seus olhares nem lhe agradariam. Um abikú menino, chamado ilere, diz que recusará todo alimento e todas as coisas que lhe queiram dar no mundo. Ele aceitará tudo isto no céu.
Quando Aláwaiyé levou duzentos e oitenta abikú ao mundo pela primeira vez, cada um deles tinha declarado, ao passar a barreira do céu, o tempo que iria ficar no mundo. Um deles se propunha a voltar ao céu assim que tivesse visto sua mãe; um outro, iria esperar até o dia em que seus pais decidissem que ele casasse; um outro que retornaria ao céu, quando seus pais concebessem um novo filho, um ainda não esperaria mais do que o dia em que começasse a andar. Outros prometem à iyàjanjasà, que está chefiando a sua sociedade no céu, respectivamente, ficar n mundo sete dias, ou até o momento em que começasse a andar ou quando ele começasse a se arrastar pelo chão, ou quando começasse a ter dentes ou ficar em pé.
Nossas histórias de ifá nos dizem que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter no mundo esses àbíkú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros se arriscam a perder o poder sobre eles. É assim que nessas quatro histórias encontramos oferendas que comportam um tronco de bananeira acompanhado de diversas outras coisas.
Um só dos casos narrados, o terceiro, explica a razão dessas oferendas: Um caçador que estava à espreita, no cruzamento dos caminhos dos àbíkú, escutou quais eram as promessas feitas por três àbíkú quanto à época do seu retorno ao céu. Um deles promete que deixará o mundo assim, que o fogo utilizado por sua mãe, para preparar sua papa de legumes, se apague por falta de combustível.
O segundo esperará que o pano que sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira esperará, para morrer, o dia em que seus pais lhe digam que é tempo de ele se casar e ir morar com seu esposo. O caçador vai visitar as três mães no momento em que elas estão dando à luz a seus filhos àbíkú e aconselha à primeira que não deixe se queimar inteiramente a lenha sob o pote que cozinha os legumes que ela prepara para seu filho; à segunda que não deixe se rasgar o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de qualidade diferente; ele recomenda, enfim à terceira, de não especificar, quando chegar a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para a casa do seu marido.
As três mães vão então consultar a sorte, ifá, que lhes recomenda que façam respectivamente as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo, impedindo, por meio deste subterfúgio, que os três àbíkú possam manter seu compromisso. Porque, se a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado a cozinhar a papa do seu filho, antes que ele se apague, o tronco de bananeira, cheia de seiva e esponjosa, não pode queimar, e o abikú, vendo uma acha de lenha não consumida pelo fogo, diz que o momento da sua partida ainda não é chegado. A pele de cabra oferecida pela Segunda mãe serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu filho nas costas a criança abikú não vai achar nunca que esse pano se rasgou e não vai poder manter sua promessa.
Não se sabe bem o porque do oferecimento de um galo, mas a história conta que quando chegou a hora de dizer à filha já uma moça, que ela deveria ir para casa do seu marido, os pais não lhe disseram nada e a enviaram bruscamente para a casa dele. Nossos três abikú não podem mais manter a promessa que fizeram, porque as circunstâncias que devem anunciar sua partida não se realizaram tais como eles tinham previsto na sua declaração diante de oníbodé órun. Estes três abikú não vão mais morrer. Eles seguiram um outro caminho. Comentamos esta história com alguns detalhes porque ilustra bem o mecanismo das oferendas e de sua função. Não é o seu lado anedótico (de lenda) que nos interessa aqui, mas a tentativa de demonstração de que em país yorubás, a sorte (destino) pode ser modificada, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos.
Entre as oferendas que os retêm aqui, na terra, figuram, em primeiro plano, as plantas litúrgicas. Cinco delas são citadas nestas histórias: Abíríkolo (crotalaria lachnophera, papilolionacaae). Agídímagbayin (não identificada). Ídí (terminalia ivorensis, combretacae). Ijá àgborin (não identificada). Lara pupa (ricinus communis – mamona vermelha). Ainda mais duas plantas são freqüentemente utilizadas para reter os abikú e que não figuram nessas histórias: Olobutoje (jatropha curcas, euphorbiaceae). Òpá eméré (waltheria americana, sterculiaceae). A oferta dessas folhas constitui uma espécie de mensagem e é acompanhada por ofó (encantamentos). Em país yorubá, os pais para proteger seus filhos abikú e tentar retê-los no mundo podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e aí esfregar atin (um pó preto feito com ossum, favas e folhas litúrgicas para esse fim) ou ainda ligar à cintura da criança um ondè, talismã feito desse mesmo pó negro, contido num saquinho de couro.
A ação protetora buscada nas folhas expressa nas fórmulas de encantamento é introduzida no corpo da criança por pequenas incisões e fricções, e a parte do pó preto, contida no saquinho do ondé, representa uma mensagem não verbal, uma espécie de apoio material e permanente da mensagem dirigida pelos elementos protetores contra os elementos hostis, sendo essa forma de expressão menos efêmera do que a palavra. Em uma outra história, são feitas alusões aos xaorôs, anéis providos de guizos, usados nos tornozelos pelas crianças abikú, para afastar os companheiros que tentam vir buscá-los no mundo e lembrar-lhes suas promessas.
De fato seus companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos abikú, retidos no mundo pelas oferendas, encantamentos e talismãs preparados pelos pais, de acordo com o conselho dos babalaôs. Nem sempre essas precauções e oferendas são suficientes para reter as crianças abikú sobre a terra. Iyàjanjasà é muitas vezes mais forte. Ela não deixa agir o que as pessoas fazem para retê-los e porá tudo a perder o que às pessoas tiverem preparado. Contra os abikú não há remédios. Yiájanjàsá os atrairá à força para o céu. Os corpos dos abikú que morrem assim são freqüentemente mutilados. A fim de que, dizem, eles percam seus atrativos e seus companheiros no céu não queiram brincar com eles, sobretudo para que o espírito do abikú, maltratado deste modo, não deseje mais vir ao mundo.
Essas crianças abikú recebem no seu nascimento, nomes particulares. Alguns desses nomes são acompanhados de saudações tradicionais. Eles podem ser classificados: quer nomes que estabeleçam sua condição de abikú; quer nomes que lhes aconselham ou lhe suplicam que permaneçam no mundo, quer em indicações de que as condições para que o abikú volte não são favoráveis; quer em promessas de bom tratamento, caso eles fiquem no mundo. A freqüência com que se encontram, em país yorubá, esses nomes em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, mostra que muitos abikú ficam no mundo graças, pensam as almas piedosas, a todas essas precauções, à ação de Òrúnmìlà, e à intervenção dos babalaôs.
ITANS DE IFÁ.
É preciso cuidar dos abikú, senão eles voltam para o céu.
Oferendas podem reter abikú no mundo.
Subterfugios para reter os abikú no mundo
Olóìkó é o chefe da sociedade dos abikú
Asejéjejaiyé fica no mundo na décima sexta vez que ele vem
Os abikú chegam pela primeira vez em awaiyé
Iíyájanjàsá não deixa os abikú ficar no mundo.
Estes itens completos são descritos numa edição da revista Afro – Ásia, em 14 – 1983, sob o título. *A SOCIEDADE EGBÉ ÒRUN DOS ÀBÍKÚ, AS CRIANÇAS NASCEM PARA MORRER VÁRIAS VEZES*
As cerimônias para os abikú parecem ser pouco freqüentes entre os yorubás, a única assistida por Pierre Verger, a cerimônia foi feita pela tanyinnon encarregada do culto aos deuses protetores de uma família tradicional do bairro Houéta. Num canto da peça principal, oito estatuetas de madeira com 20 centímetros de altura e eram colocadas sobre uma banqueta de barro. Todos vestidos de panos da mesma qualidade, mostrando pela uniformidade de suas vestimentas, pertencerem a uma mesma sociedade (egbé).
Seis destas estatuetas representam ábíkús e as outras duas ibeji. As oferendas consistiam de: oká (pasta de inhame). Obèlá (espécie de caruru). Èkuru (feijão moído e cozido nas folhas). Eran dindi, eja dindin (carne e peixe fritos). Depois da prece da tanyionnon e da oferenda de parte desta comida às estatuetas, foram distribuídas pela assistência. Uma sacerdotisa de Obatalá assistiu à cerimônia sublinhando as ligações que existem entre o orixá da criação, as pessoas de corpos mal formados, corcundas, alijados, albinos e aqueles cujo nascimento é anormal (àbíkú e ibeji). Portanto ao contrário que muitos falam nada tem a ver com a criança que já nasce “feita” no santo.
ABIKÚ – CONSIDERAÇÕES DO AUTOR NOS TEMPOS DE HOJE.
O legado dos antigos pelas suas crenças, histórias e ritos da sua prática religiosa e cultural, se adaptam e se aplicam em qualquer tempo, através da sua sabedoria, com muita propriedade. Em seu tempo, não há referências ao aborto, mas ao contrário, o esforço pela manutenção da vida, inclusive em quantidade. Pela prática divinatória através do jogo de búzios, nos dias de hoje identificamos muitos desses abikús, que percebemos em uma segunda instância, muitos são “criados”, passam a existir por ingerência do ser humano através do aborto, é até simples de entender e ver por uma ótica e lógica astral/espiritual a qual simplesmente não podemos deletá-la da nossa mente e inteligência, ou na pior das hipóteses, ignorá-la.
No instante em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, esta nova matéria existente já é provida de alma e espírito, que os cristãos chamam de “anjo da guarda” e os yorubanos de “orixá” (guardião da cabeça), este fenômeno consta na teologia Yorubana, na lenda de Ajálá, que será comentada. Quando da execução do aborto propriamente dito, o ser humano supostamente, exerce o “seu direito” de eliminar aquele ser; mas somente a parte material, o corpo, por ele criado através do ato sexual de procriação, matando de forma definitiva o feto. Mas e o que por ele não foi criado, alma e espírito, onde fica, para onde vai?
Esta análise via de regra não é feita ou levada em consideração, acaso haverá conseqüências? Seriíssimas, que aqui descrevemos com muita convicção, pautado nas mais diversas constatações através dos consulentes, por mais de duas décadas, dos sintomas pós-aborto, a presença daquela “figura” que aparece de uma forma genética, oriunda de gerações passadas, os que são provocados e voltam ainda na mesma geração, e os que voltarão em nossos descendentes, e da forma mais imprevisível possível. A grande maioria de seres que nascem com deformidades, doenças graves, mortes prematuras… Tem grandes possibilidades de serem abikús fabricados pelo homem.
Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda nova, há muita possibilidade de ser um abikú que está voltando ao “céu”, bem como persiste a probabilidade de voltar em um próximo filho, ainda na mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se já há caso de aborto ou morte prematura, é bem possível. As reações, mais da mãe que do pai, em caso de aborto, porque muitas vezes o pai não fica sabendo e não participa da decisão, na sua vida, no seu dia a dia são sintomáticas: desequilíbrio generalizado, na vida pessoal, no trabalho, em casa, nos estudos, nada dá certo, nada vai bem, angustia, depressão, pessimismo, falta de ânimo, aparentemente tudo deveria estar bem, mas as coisas não “vão”. É a influência daquele “ser”, que contrariando as leis da natureza foi “fisicamente” eliminado, o qual fica gravitando num outro plano próximo aos pais, afetando suas vidas com estes sintomas.
Até mesmo por uma questão de justiça, não poderá um abikú que foi “gerado” por uma família, aparecer em outra, que nada tem a ver com o ato irresponsável de outros, e percebemos que uma criança que já nasce deformada de alguma forma, ou uma doença grave com morte, quem sofre realmente na sua plenitude são os pais, porque a dor interna é maior que a dor física, a criança já nasceu daquela forma, para ela que não sentiu e não sabe ser saudável, não percebe e não imagina como se sente alguém normal, portanto a sua dor ou problemas, para si é normal. Esta situação pode e deve ser tratado no seu campo espiritual, o antigo nos legaram instrumentos dentro da religião yorubá, para fazê-lo, através de ebós e oferendas específicas, que se vale do mesmo princípio aplicado nos países yorubanos, quer seja: “enganar” os abikús;
Muito se pode melhorar e modificar, evidente que em alguns casos é irreversível após o nascimento, mas se detectado ou informado o babalorixá ou yialorixá competente, pelo que foi descrita, a mãe que poderia vir a ter um filho abikú, por meio desses ebós e oferendas pode-se evitar a vinda de um ser deformado ou com problemas sérios, que na realidade, nada mais é que um “retorno sob forma de castigo” de atos nossos ou de gerações passadas, de um processo que nunca foi tratado ou interrompido. Desta forma vê-se que o aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas, pois é algo ligado diretamente à natureza, e conseqüentemente ao Seu Criador, modifica-se ou escapa da lei dos homens, mas não à Divina. Este é um fato porque nenhuma religião da terra permite o aborto Há uma discúsão em torno de abikú, o nascido para morrer, mas todos estão aqui para exatamente isso. nascer para morrer.
Diferença de Abikú e Abiasé
É costume na cultura Gêge Yorubá dar nomes especiais a certas crianças chamadas ABIKÚ, cuja a tradução é “nascido para morrer”.Elas são consideradas pela ancestral cultura africana como pertences a uma legião de “demônios” que moram nas florestas ou em torno das árvores de Iroko,a gameleira branca,ou ainda figueira chorona.È sábio que cada um desse abikús quando nascem já trazem consigo o dia e a hora em que vão retornar para o “outro lado da vida” para companhia dos seus “amiguinhos” das florestas de Iroko. Geralmente esse tempo é determinado entre o nascimento e os 7 anos de vida.Assim as providencias são tomadas para que essas crianças permaneçam no mundo dos vivos. Fazendo esquecer as datas, e conseqüentemente seus “amiguinhos do outro lado”.Além de amuletos e magias feito nessas crianças , os quais vão desde símbolo,breves e patuás que são postos em suas pernas,braços e pulsos, pinturas destoantes são feitas em seu corpos de formam que transmitam sentimentos repulsivos para que assim os seus “antigos companheiros” do outro lado recusem uma nova ligação com “figuras deformadas” e os obriguem a ficar na vida.
Festas especiais são feitas para esse tipo de crianças, nas quais o feijão fradinho e o azeite de dendê são fartamente distribuídos à todos como prato principal. Os abikús e outras crianças são convidas.
Assim como os “demônios” que as acompanham, para participarem dessas festas.Tal festa supostamente agradará aos “amiguinhos do outro lado” e os convencerá da permanência dos Abikús na vida normal, garantindo ainda os “amiguinhos” sempre um festim para seus deleites.
Os Abikús têm sido confundidos no Brasil com Abiaxé,que são as crianças nascidas “feitas de berço” e com missão espiritual.Os Abiaxés podem ou não refugar a missão espiritual na terra, retornando ao convívio de Olorún, dependendo unicamente do teor de compreensão que obtiverem de seus pais, mestres, tutores, cônjuges e etc…
Hipótese nº1 de ABIAXÉ – é oriundo de uma transmigração espiritual (morre em algum lugar, país,etc) e nasce na mesma hora ou horas depois em outro lugar e outro corpo. Carecendo apenas de um ritual de confirmação ou coroação do Ibá Orí (três adoxos e tudo mais), conforme o cargo espiritual designado por Ifá. É oferecido á Olodumaré e Olorúm pelos seus pais ou tutores e jamais conseguirá fugir de seu odú (predestinação), sob pena de refugar á missão terrestre (morrer), missão esta que geralmente é politica, missionária social ou espiritual.
Hipótese nº 2 de ABIAXÉ – é “feito” (raspado) na barriga da mãe, quando está é recolhida para a “feitura” e está grávida. Aí a criança recebe todos os fundamentos que a mãe receber, independente da qualidade de Orixá, nascendo “feita” deste mesmo orixá e carecendo apenas da confirmação ou coroação, as quais seguem as mesmas ritualísticas do primeiro caso de abiaxé.
Os Abikús são classificados em quatro modalidades:
Abikú Inã ou Izô – do fogo – Esse abikú é o que “come” a cabeça mãe (mata-a) no nascimento, ou “come” a cabeça do pai por acidente posteriormente. É um dos mais difíceis abikús de trato, e traz consigo a má sorte pra quem com ele mantiver relacionamento permanente. O abikú de fogo geralmente aliena o segmento social no qual estiver envolvido e não raro desenvolve uma psicopatia irreversível após os 21 anos. Uma pesquisa feita no Brasil constatou que a maioria desses abikús ou foram doados ao nascer, ou foram adotados por de seus pais legítimos.
Abikú Omí ou Azín – da água – Esse é o tipo que nasce de 6,7 ou 8 meses. Geralmente explode a bolsa-d´água da mãe nesse período e vai para incubadora. Morre precocemente ou cresce e sai desse período critico. Se seus avós forem vivos, estará ligado a eles mais do que aos pais. Seu principio de abi (vida) decorre entre 1 á 3,5 anos e o seu processo de Ikú (morte) inicia-se entre 3 á 5. O retorno dos “amiguinhos” é feito pro afogamento, tuberculose, desidratação ou cólera. A forma de evitar esse retorno é usar um nome contrário ao nome que trouxe de útero e promover trabalhos de ordem espiritual propiciando ofertas aos odús (presságios).
Abikú Alé – da terra – Esse tipo segundo a ancestral cultura Yorubana, os mais trabalhosos para os sacerdotes e parentes, uma vez que está intimamente ligada aos “amiguinhos das florestas” que com freqüência o chamam de volta. Muitas vezes nasce pro cesariana, ou de parto normal sanguinolento. É uma criança agitada, com tendências á neuroses familiares. Tem condição congregaste e como o abikú do fogo, costuma “comer cabeças” não só de parentes, como de outras pessoas. Contrata-se esse abikú,usando o nome contrário ao seu objetivo e promovendo-se festas anuais nas quais existam o feijão-fradinho e dendê em abundância para todos.A forma de retorno também é por acidente em quedas de alturas ou por doenças de pele e órgão digestivo.O tempo de vida (se não tratado) oscila entre 4 e 8 anos.
Abikú Fefé – do vento – Esse tipo difere um pouco dos outros demais, por ser de especial origem no meio do convívio das pessoas. Ele destaca-se em todo o ambiente desde seu nascimento que em geral, foi inspirado ou não planejado. Tem características próprias e pode ser facilmente induzido á manter-se na vida em face de sua instabilidade emocional inicial. Deve como os demais, ter um nome contrário ao fato constante instado ás delícias da vida. Por ter mais do que “amiguinhos” do outro lado, poderá ser salvo por Exú e Oyá na hora H.